Rede estadual do Rio tem a 3ª melhor nota no Ideb
Colégios públicos do Estado ficam entre os melhores do Brasil em avaliação nacional do Ministério da Educação
A
rede estadual de ensino do Rio de Janeiro obteve a 3ª melhor nota
(3,66) no ranking Ideb 2013/2014, divulgado esta semana pelo Inep
(Instituto Nacional de Estudo e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira).
A
nova posição do Estado comprova os investimentos realizados nos últimos
anos. Apenas Goiás, com 3,8; e São Paulo e Rio Grande do Sul, com 3,7;
ficaram à frente do Rio de Janeiro.
No Ideb de 2009/2010, o Rio era o 26º colocado. Assim
como em 2011, o Rio de Janeiro subiu, novamente, 11 posições na
classificação, saindo de 15º há dois anos para a 3ª posição. No ranking
atual, na região Sudeste, o Rio de Janeiro passou a ser o 2º melhor, atrás apenas de São Paulo. O Rio de Janeiro, no entanto, foi o único do Sudeste que cresceu em proficiência.
Os colégios estaduais do Rio de Janeiro superaram a meta estabelecida pelo Ministério da Educação. As escolas fluminenses tiveram nota 3,66 (a meta para 2015 era 3,7 e a meta para 2013 era de 3,3). Em 2011, a nota do Rio foi 3,2; e nos anos de 2009, 2007 e 2005, era 2,8.
“Na
verdade, voltamos a estar no lugar que o Rio merece. Sempre confiamos
nos nossos professores e nos nossos alunos. Eles mostraram que são muito
bons. Esse resultado comprova, ainda, que estamos no caminho certo e
que nossos investimentos e planejamento deram resultados”, afirmou o
secretário de Estado de Educação, Wilson Risolia.
O Rio de Janeiro foi um dos estados que mais avançaram no fluxo escolar (cálculo da aprovação), atingindo 0,82.
A rede estadual cresceu também no índice de desempenho, que é a nota da Prova. Saltou de 4,37 para 4,46.
“Além do avanço no ranking, o que mais comemoramos é a melhora contínua e consistente no indicador de proficiência. De 2009 para cá, o Rio de Janeiro foi o que mais avançou em proficiência e o quatro que mais cresceu em fluxo ”, disse Risolia.
De 2011 para 2013, o estado do Rio teve a segunda maior variação no Ideb, de 13%. E de 2009 para 2013, a maior evolução entre os 27 entes federados, crescendo 29%.
A
diminuição da defasagem idade-série, que é quando o aluno está há mais
de dois anos atrasado em relação à série em que deveria estar, também
melhorou. Em 2010, 61% dos estudantes da rede estavam defasados. Atualmente, segundo o Censo Escolar, esse número caiu para 39%.
“Nossa
taxa de desigualdade na rede diminuiu 25%. Os maiores avanços ocorreram
justamente nas escolas que apresentavam os menores desempenhos”,
explicou o secretário.
Entre as ações destacadas por Risolia estão o reforço escolar, que recebeu 225 mil dos 900 mil estudantes da rede; e a formação continuada para os docentes. De
2011 até hoje, 30 mil professores fizeram formação, paga pelo Estado,
em parceria com a Fundação Cecierj. A Escola de Aperfeiçoamento para
Servidores da Educação, criada em 2011, recebe, por mês, cerca de três
mil docentes que passam por algum tipo de treinamento.
“O
nosso reforço escolar é dado pelo próprio professor da rede, que recebe
R$ 200 por mês por turma que dá aula e mais R$ 800 por cada formação
para o reforço”, disse o secretário. Este ano, são quatro formações. Em 2013, foram oito.
A
Secretaria conseguiu, também, equalizar um problema crônico na rede,
que é a carência de professores. No fim de 2010, a carência era de
aproximadamente 12 mil docentes. Agora, de cerca de 700.
“Foram feitos, de 2007 para cá, nove concursos públicos. São 54 mil novos professores concursados. E
praticamente não usamos temporários. Somos a menor rede estadual com
temporários, apenas 1,8%. Há estados em que há mais da metade da rede
com temporários”, explicou Risolia.
Outro
dado que mostra a capacidade dos professores da rede estadual é o de
que 99,1% dos docentes possuem nível superior, no Ensino Médio. O Rio é o
segundo maior estado com esse percentual. Fica atrás apenas do Distrito
Federal, que tem 99,5% dos professores com curso superior.
A
recuperação salarial da categoria e a construção de novas escolas
também influenciaram na melhoria do resultado, uma vez que incentivaram
os servidores. Enquanto a hora/aula do piso nacional é de R$ 10,60; a do professor da rede estadual fluminense é de R$ 18,42. No
Rio, o menor salário de um professor de 40 horas semanais é de R$
2.948,33. E o inicial para um de 30 horas semanais é de R$ 2.211.25. O
piso nacional está em R$ 1.697,00.
Também
foram implementados o auxílio-transporte (varia entre R$ 63 a R$
120/mês); auxílio-qualificação (bônus anual de R$ 500);
auxílio-alimentação (R$ 160 mensais); e auxílio-formação para
professores regentes de turma, com bolsa no valor de R$ 300 mensais).
Paralelamente
a isso, foi implantada a remuneração variável por atingimento de metas
pré-estabelecidas para cada unidade escolar. Caso
o colégio atinja o objetivo, todos os servidores daquela escola
recebem. Em 2011 e 2012 já foram pagos bônus por desempenho para 722
escolas. Um investimento de R$ 100 milhões em cerca de 40 mil
servidores.
Quanto à construção de escolas, foram 41 novas e outras 12 totalmente reformadas e ampliadas. O investimento anual em obras nas unidades é de R$ 120 milhões, em média.
“E
criamos um novo modelo de Ensino Médio Integral e Integrado, que é o
Dupla Escola. Já são 26. Novas serão inauguradas já em fevereiro de
2015”, garantiu o secretário.
O fim das indicações para os cargos de direção nas escolas e a adoção do Currículo Mínimo também merecem atenção.
Atualmente, para assumir uma função na área pedagógica da Seeduc, é
preciso fazer processo seletivo, em quatro etapas: análise curricular,
prova, entrevista e treinamento.
Já
o Currículo Mínimo, como o próprio nome demonstra, garante que, ao
menos, o básico será ensinado a todos os 900 mil alunos da rede e em
todas as 1.290 unidades escolares.
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