Mauricio Figueiredo

Educação, recursos humanos e o melhor do et cetera

sábado, 5 de setembro de 2015

Joel Rufino dos Santos

Uma vida dedicada à cultura e à cidadania

Escritor, historiador, professor, Diretor de Comunicação e de Difusão do Conhecimento (DGCOM) do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ). São muitas as facetas culturais desempenhadas por Joel Rufino dos Santos ao longo de seus 73 anos.
Filho de pernambucanos, nascido em 1941 em Cascadura, Zona Norte do Rio de Janeiro, Rufino mostrava aptidão para os livros ainda na infância, quando se encantava com gibis e passagens bíblicas. Seu pai também teve um papel nessa formação, presenteando-o com livros que Joel guardava em um caixote.
Começou a escrever para crianças em 1970, a convite da revista Recreio, dirigida pela escritora Ruth Rocha. Foi quando vieram à tona todas as histórias que a avó materna lhe contava: casos de curupiras, lobisomens, de bando de Lampião, boitatás.
É autor, também, de diversos livros para jovens e adultos. Receberam sua assinatura, também, três peças teatrais e duas minisséries para a TV. Recebeu prêmios, tendo sido finalista do Hans Christian Andersen, considerado o Nobel da literatura infanto-juvenil.
Ainda jovem, ingressou no curso de História da antiga Faculdade de Filosofia da Universidade do Brasil, onde começou a sua carreira de professor. Convidado pelo historiador Nelson Werneck Sodré para ser seu assistente no Instituto Superior de Estudos Brasileiros ( ISEB ), lá conviveu com grandes pensadores, e foi um dos coautores da História Nova do Brasil, um marco da historiografia brasileira.
Foi exilado por suas ideias políticas contrárias à ditadura militar, então em vigor no país. Morou na Bolívia e no Chile. O exílio, além de impedir que o professor seguisse sua vida acadêmica, também o impossibilitou de acompanhar o nascimento do filho Nelson.  Na volta ao Brasil, foi preso três vezes. Na última, cumpriu pena no Presídio do Hipódromo ( 1972-1974 ). As cartas, muitas que escreveu para Nelson, foram, mais tarde, publicadas no livro “Quando eu voltei, tive uma surpresa”, considerado o melhor do ano (2000) para jovens leitores.
Joel Rufino foi reintegrado ao Ministério da Educação com a aprovação da Lei da Anistia e convidado a dar aulas na graduação da Faculdade de Letras e, posteriormente, na pós-graduação da Escola de Comunicação da UFRJ. Obteve, da Universidade, os títulos de “Notório Saber e Alta Qualificação em História” e “ Doutor em Comunicação e Cultura”. Recebeu, também, do Ministério da Cultura, a comenda da Ordem do Rio Branco, por seu trabalho pela cultura brasileira.
Desde fevereiro de 2015, era diretor de Comunicação e Difusão de Conhecimento do TJRJ. Essa é a segunda passagem do historiador pelo Tribunal, sendo a primeira durante a gestão do desembargador Marcus Faver.
Joel Rufino era casado com Teresa Garbayo dos Santos, autora do livro “Conversando com casais grávidos”, é pai de Nelson e Juliana e avô de quatro netos.
Confira os prêmios e indicações do escritor Joel Rufino:
Indicação ao Prêmio Hans Christian Andersen 2014; Prêmio Jabuti 1979, na categoria Literatura Infantil com o livro "Uma Estranha Aventura em Talalai"; Prêmio Jabuti 2008, na categoria Juvenil com o livro "O Barbeiro e o judeu da prestação contra o Sargento da Motocicleta"; Prêmio Orígenes Lessa 2000, na categoria O Melhor para o Jovem pelo livro "Quando Eu Voltei, Eu Tive uma Surpresa"; Indicação ao Prêmio Hans Christian Andersen 2006; Indicação ao Prêmio Hans Christian Andersen 2004.
As funções exercidas por Joel Rufino dos Santos foram:
pesquisador do Instituto de Estudos da Religião (ISER); diretor do Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro; presidente da Fundação Cultural Palmares (MINC); membro do Conselho da Secretaria Estadual de Cultura; superintendente de Cultura da Secretaria Estadual de Cultura; subsecretário da Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos; diretor de Comunicação Social do Tribunal de Justiça e do Tribunal Regional do Trabalho; representante do Brasil no Comitê Científico Internacional da UNESCO para o Programa “ Rota dos Escravos “ ; consultor brasileiro do Programa Escolas Associadas, da UNESCO; membro da Comissão de Comunicação Institucional do Tribunal de Justiça.

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