Mauricio Figueiredo

Educação, recursos humanos e o melhor do et cetera

sábado, 30 de abril de 2016

Heitor Lira

Fotos: Cris Torres / Seeduc-RJ.


Mobilizações pelo Estado pedem o fim das ocupações e a retomada das aulas

Pais, responsáveis e alunos da rede estadual de ensino que são contra o movimento de ocupação das unidades escolares estão indo às ruas, na capital e no interior, lutar pelo direito à Educação e pela continuidade do ano letivo de 2016. 

Na sexta-feira (29/04), cerca de 30 alunos fizeram, pela segunda semana consecutiva, uma passeata pelas ruas da Penha, começando no Colégio Estadual Heitor Lira. 

A manifestação também contou com o apoio de alunos de escolas da rede que não foram ocupadas, onde as aulas estão transcorrendo normalmente. No entanto, nos contraturnos, esses estudantes unem-se aos colegas para tentar conscientizar os ocupantes a retomarem as atividades curriculares.

Já na Tijuca, alunos, pais e responsáveis, que também desejam a desocupação, protestaram em frente ao Colégio Estadual José Leite Lopes/Nave. Uma comissão formada por pais e responsáveis conversou com alunos que são a favor e contra a ocupação. No próximo domingo (1°/05), às 10h, será realizada uma nova manifestação de pais na frente do Nave.

Ontem (28/04), os alunos do Centro Interescolar Estadual Miécimo da Silva, em Campo Grande, realizaram uma assembleia geral para ouvir a comunidade escolar e votar pela ocupação ou não. A maioria decidiu não ocupar a unidade e seguir com as atividades letivas. A mesma postura foi adotada por alunos de outras 25 escolas que respeitaram a decisão da maioria dos estudantes.

Tentando evitar que seus filhos percam o ano letivo, pais de alunos do Colégio Estadual David Capistrano, em Niterói, fizeram um abaixo-assinado e recorreram ao Ministério Público.

Acompanhe os depoimentos:
 
* Eloy Oliveira (aluno da 3ª série do Ensino Médio do Ciep 166 – Abílio Augusto Távora)
- Sou contra essas ocupações. Isso é muito revoltante. A minha escola não está ocupada e nós estamos lutando pela grande maioria dos estudantes que querem seguir os seus estudos e estão sendo impedidos por uma minoria. Isso não é justo, é falta de respeito. Eles podem se manifestar de outras formas, sem prejudicar o direito do outro. Os professores estão em greve e na nossa escola as aulas estão acontecendo. O nosso direito não foi interrompido. Agora, esses alunos que querem estudar e não podem porque a escola está ocupada devem fazer o quê? Quem vai se responsabilizar por todo esse prejuízo? Nossos colegas vão repetir o ano por causa dessa minoria. Isso é falta de respeito.
 
* Ester Amorim (aluna da 3ª série do Ensino Médio do Ciep 166 – Abílio Augusto Távora)
- Sou contra esse movimento. Muitos estudantes estão perdendo seus estágios e vão perder o ano letivo. Uma minoria não pode decidir pela maioria. Estamos lutando pelo direito à Educação. Qualquer pessoa pode se manifestar, mas sem atrapalhar o direito do outro.
 
* Luan Freitas (aluno da 3ª série do Ensino Médio do Colégio Estadual Heitor Lira)
- Sou contra essa ocupação. Não foi uma decisão da maioria dos alunos e mesmo assim a escola foi ocupada. A gente sabe que tem outras pessoas por trás, outros movimentos influenciando. Tenho três anos de Heitor Lira e, apesar da greve, tinha aulas todos os dias e não faltava merenda. Nós vamos continuar lutando pela desocupação e pela não ocupação. Já conseguimos evitar a ocupação em 25 escolas. A luta é de todos e por um futuro melhor.
 
* Roberta Melo (mãe de aluno da 1ª série do Ensino Médio do Colégio Estadual José Leite Lopes/Nave)
- Não há justificativa para ocupar o C.E. José Leite Lopes, mas nós sabemos que há outras interesses por trás. Hoje, estive com outros pais na escola e tentamos conversar com os alunos ocupantes. A nossa sensação é de que eles estão coagidos. Nós pedimos uma nova assembleia para que os alunos votem se são a favor ou não da ocupação. Isso porque a decisão de ocupar a escola foi de uma minoria. Os pais pediram também uma reunião no próximo domingo e os alunos estavam de acordo. No entanto, quando o Sepe tomou conhecimento, cancelou a reunião. O Sepe está orientado os alunos e não tem interesse em desocupar escola.

* Caio César dos Santos (aluno da 3ª série do Ensino Médio do Ciep 166 – Abílio Augusto Távora)
- Não sou a favor de ocupar escolas e barrar o direito do outro. Isso é falta de respeito. A Educação é o nosso futuro, é o futuro do país. Os alunos estão se prejudicando. Na minha escola as aulas estão acontecendo, mas estamos aqui em apoio aos colegas que precisam da gente. Não somos egoístas para pensar apenas na nossa escola. Eles estão sendo injustos com a maioria dos alunos que querem estudar.
 
* Denise Marques (mãe de aluna da 2ª série do Ensino Médio do Colégio Estadual Doutor Mário Guimarães)
Não sou contra manifestação, mas esse tipo de movimento está errado. Ele compromete o ano letivo dos alunos, prejudica muitos jovens que lutam por um futuro melhor. Nós só queremos que o direito dos alunos seja respeitado. Eu me preocupo também com essas crianças e os adolescentes que estão dormindo nessas escolas ocupadas. A gente não sabe o que acontece lá dentro. Onde estão os pais desses alunos?
 
* Valéria Vieira (mãe de aluna da 2ª série do Ensino Médio do Ciep 166 – Abílio Augusto Távora)
- Não estamos aqui contra o movimento, somos contra as ocupações. Como os nossos jovens vão estudar? O ano letivo de 2016 será perdido? Isso está errado. Eles têm outras formas para se manifestar. E os nossos filhos têm o direito de ir para a escola estudar. Como mãe, vou lutar até o fim.
 

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