Mauricio Figueiredo

Educação, recursos humanos e o melhor do et cetera

segunda-feira, 25 de abril de 2016

O Papo do Zé - *Carlos Ney


O PAPO DO ZÉ - Ontem, no Faustão, sob o pretexto de homenagear um ator da casa, deu-se ao Zé o direito de defender o partido e a presidente da república, depois do nocaute desfechado pela simplicidade das palavras de Ary Fontoura, no mesmo programa, em semana anterior. Registre-se aqui, por absoluta devoção ao direito individuas de cada cidadão, que o Zé e sua esposa merecem ser respeitados por suas convicções, independentemente de quais sejam. Como lá não estava, naquele japa que é dos mais caros de SP, não comentarei fato ou versões. 

Falarei do Zé. O Zé, como seus companheiros de "militância artística", demonstra a profundidade de um pires, ao separar golpistas de golpistas e criminosos de criminosos. Apesar de saber que estão na cadeia seus pares, ele acusa Cunha e Temer de corruptos. Apesar de toda uma Petrobras implodida, ele aponta o dedo para a ciclovia do RJ. Ao comentar o arranca-rabo em SP, ele diz que manifestantes (que para ele representam metade do povo brasileiro) contra o FORA!, foram atacados por manifestantes pelo FORA, deixando de considerar que os segundos já estavam reunidos ali, quando os primeiros passaram em frente ao patão da FIESP. Em momento algum o Zé falou do descalabro da governança. Da mentirada que, junto com a dinheirama do Petrolão (está nos autos o depoimento dos que pagaram a propina oriunda dos sobrepreços), que deu substância ao maior estelionato eleitoral já praticado na República. Para o Zé, membro da seleta casta dos artistas que enxergam a vida do alto (coberturas nos bairros luxuosos), tudo está maravilhoso. Os aposentados e desempregados que, junto aos doentes terminais, discordam do "partido que não rouba e nem deixa ninguém roubar", são golpistas. A multidinha de pouco mais de 10% que concordam com ele é, na verdade dele, metade da população. Os outros pouco menos de 90%, são golpistas. Ele não compreende a indignação de quem é roubado e humilhado e que, por isso, e apenas por isso, chama ladrões de ladrões. E cúmplices aos que os defendem.

*Carlos Ney é escritor e jornalista

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