Mauricio Figueiredo

Educação, recursos humanos e o melhor do et cetera

segunda-feira, 18 de abril de 2016

ACABOU O "NOSSO" CARNAVAL



Jornalista e escritor Carlos Ney                              
* CARLOS NEY 

A votação de ontem traz consigo algumas ponderações a serem feitas. Primeiramente, o fato de que, diferentemente do que se viu na eleição para o quarto mandato petista, o Brasil não está dividido. A necessidade de mudanças políticas, pelas funestas consequências da prática da compra de apoio, é exigência nacional. A velha corrupção, antes tolerada, passou a ser institucionalizada. O partido que se fez governo, através de seus tesoureiros (conforme registro policial), impôs a fornecedores, ao invés dos antigos atestados de capacidade técnica, a obrigação dos pedágios. Aceitando, em contrapartida que, ao invés de descontas, se efetuasse o sobrepreço. Desta forma conseguiu-se, no Congresso, a maioria para aprovar mandos e desmandos. A crise pela qual passamos é, portanto, resultado da ação desastrada de um governo e da cumplicidade criminosa de sua base de apoio, representada pela quase totalidade dos partidos políticos capitaneados pelo PMDB.
Se olhamos com indisfarçável asco para o casal que divide a presidência da república, não podemos ter outro sentimento para o "casal" Temer e Cunha. Num mundo perfeito, ao invés desse remendo com trapos, teríamos eleições gerais. Cumpriríamos o espírito da lei da ficha limpa: se denunciado, tendo a denúncia sido aceita pelo tribunal competente, não pode candidatar-se. Como foi demonstrado agora, a imunidade oferecida pelo cargo público é buscada como garantia de impunidade. Caberá ao Senado, que assim como a Câmara é presidido por "investigado" (eufemismo), decidir o futuro político do país, muito mais do que devolver ao ostracismo de uma biografia pálida, aquela que foi sem jamais ter sido. De outro lado, estamos nós e o JUIZ (com a excelência de quem o é por DIREITO) Sergio Moro. Sem esquecer de Deus, é claro, já que a JUSTIÇA a ELE pertence.


* jornalista e escritor


Carlos Ney reside em Araruama desde 2003 e desde essa época colabora com os principais jornais locais. Publicitário por formação, começou a exercer de forma quase diária o jornalismo opinativo, assinando crônicas políticas e de costumes. Durante um ano ancorou o programa de entrevistas “Frente a Frente” na FM 98,7 Rádio Mar Aberto. É autor do livro “Os 100 Contos de Réis”.

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