Mauricio Figueiredo

Educação, recursos humanos e o melhor do et cetera

sexta-feira, 22 de abril de 2016

PSC: o partido Cristão do Bolsonaro


O Brasil possui, atualmente, 35 partidos políticos. Como acontece com muitos times de futebol - a grande paixão dos brasileiros - muitos eleitores desconhecem a existência de muitos deles. Na salada geral em que se convencionou a classificação ideológica à esquerda e direita, com a presença ainda de um chamado centro, também, torna-se difícil ao eleitor fazer nitidamente esta distinção.
No imaginário popular a chamada classe política vem sofrendo um enorme desgaste, verificada no elevado número de votos nulos e em brancos nas eleições, em que pese isso pouco influenciar no resultado dos pleitos, pois as vagas são normalmente preenchidas.
Em virtude da falta de melhor visão ideológica, a grande maioria dos partidos é composta por puxadores de votos e juntamente, com menos popularidade, por seus chamados caciques ou quase donos.
Por isso, ocorrem casos de total falta de adequação entre o discurso do político e a sigla na qual está inserido. Pode-se ver ditos cristãos em partidos socialistas e até mesmo comunistas e pessoas com visão de esquerda amealhando vaga em partidos de direita por falta de acolhida ou até mesmo briga com antigos parceiros.
Um caso intrigante é o da família Bolsonaro, que ganha a mídia, com o seu líder, deputado federal Jair Bolsonaro, figurando como um intransigente combatente das chamadas minorias sexuais entre outras.
A família Bolsonaro está enquistada no Partido Social Cristão (PSC), que se proclama seguidora dos ideais do antigo político mineiro Pedro Aleixo. A agremiação foi  fundada em 1985, com o objetivo de lutar pela consolidação da democracia, "reinserida no país depois de duas décadas de regime militar", conforme texto do próprio partido.
Embora a família Bolsonaro seja adepta convicta e defensora do regime militar, o PSC em seu site assinala que "a ditadura, a mesma que impedira o vice-presidente, Pedro Aleixo, de assumir a presidência após a morte de Costa e Silva, dissipava as suas nuvens negras do autoritarismo. Após duas décadas, estava agonizante."
Assinalando, o surgimento do partido, como aliado aos princípios de sustentação e de respeito à dignidade da pessoa humana, o PSC se diz "sustentado na Doutrina Social Cristã, inspirado nos valores e propósitos do Cristianismo, em busca de uma sociedade justa, solidária e fraterna".
O Partido Social Cristão ensina, em seu portal, que "o Cristianismo, mais do que uma religião, representa para o PSC um estado de espírito que não segrega, não exclui nem discrimina. Aceita a todos, independentemente de credo, cor, raça, ideologia, sexo, condição social, política, econômica ou financeira".
Mas, ainda usando a linguagem do futebol, rememorando, o genial Mané Garrincha, em relação a esses ideais, mais do que combinar com os adversários parece que falta ao PSC conversar com o seu próprio time.



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