Mauricio Figueiredo

Educação, recursos humanos e o melhor do et cetera

segunda-feira, 6 de junho de 2016

VERDADE VERSUS INTERPRETAÇÕES - * Carlos Ney



A verdade é única, permitindo, porém, interpretações variadas. Em jornalismo, teoricamente, existe espaço para a a veiculação do fato e, em colunas assinadas, a opinião dos articulistas. Assim seria se assim fosse. Hoje, principalmente nos municípios, o “jornal$mo de re$ultado$” dita a ética profissional, e a interpretação assume status de verdade absoluta; inquestionável. As redes sociais, muito pelo público qualificado, velocidade de reação e abrangência, mas, também, pela quase gratuidade do veículo, são usadas pela militância partidária (profissionais da opinião), para a prática da desinformação, pinçando fatos e construindo versões. Como exemplo, cito o grampo das conversas do Lula. Enquanto eram comentados os termos chulos e manobras rasteiras, fato inquestionável, os fabricantes de verdades oficiais esbravejavam contra a ilegalidade do grampo. Agora, vindo a público as gravações feitas pelo ex-senador e ex-presidente da Transpetro, os comentários desses arautos assume rumo contrário: são legais e devem ser usados como provas do golpe. E as do Delcídio, ex-líder desse governo? A legitimidade do Temer, como vice de Dilma, era óbvia. Os votos dados a ele (cacique do PMDB) garantiram a derrota de Aécio. Ou não? No afastamento da presidente da república, no entanto, sua legitimidade é posta em dúvida por esses manipuladores da informação. Dentro desse quadro, precisamos, os que têm apreço pelo fato, ter alguns pontos em mentem para não confundirmos alhos com bugalhos. Temer não é o “nosso presidente”; é o “presidente deles”. Não o escolheríamos, tenho certeza, entre os 50 presidenciáveis, numa lista que nos propusessem. Mas, pela Constituição, ele é o nosso presidente, com o afastamento da Dilma. Por ser uma prótese, resultado da amputação de um membro amputado, ele vai enfrentar dificuldades diárias. Terá que compor uma base sólida, no legislativo, para assegurar-se presidente e destravar a máquina, emperrada pela desgovernança petista. Sem contar com o rombo astronômico que lhe ficou de herança. Mas não falarão, eles, de nada disso. Não assumirão o desemprego em massa e nem explicarão como a meta positiva de 30 bilhões virou déficit de 170. Hoje, para quem quer ver, o Brasil tem governo. A equipe econômica é de altíssimo nível. As propostas são consistentes. A mentira deixou de ser praticada. Existem, é claro problemas. Ministros e assessores, com rabos presos, estão sendo expostos. Mas, diferentemente do governo passado, eles não são acoitados. A nós cabe, em nosso próprio interesse, não dar espaço para quem defende ladrões e pratica as meias-verdades. Eles nos jogaram no fundo do poço, apenas porque demos esse direito a eles. Agora, chega!.       
* Carlos Ney é escritor e jornalista

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