Eu tinha como certeza mais do que certa que, para não ficar me repetindo, não falaria mais da legitimidade do Temer. Mas, mesmo sem nada que possa ser usado para dourar o remendado discurso, os caras que querem o retorno do pior governo já visto por esta república, insistem no lenga-lenga. O "Fora Temer" continua reunindo as multidinhas engrossadas pelos ditos movimentos sociais (sem-tetos que continuam, apesar da opulência conquistada pela década de governança petista, tão sem-tetos como sempre estiveram e os sem-terras, idem). Fossem enfileirados na Transamazônica, os desempregados pelo governo dos trabalhadores, daria para cobrir o percurso de ponta a ponta. Porque, desempregado o chefe, ou a chefe de família, famintos ficaram seus dependentes. Pena que eles, tendo a via crucis de todas as manhãs de busca desesperada por emprego, não possam ir para as ruas e assim serem notados pela militância. Assim como o caos que resultou dos governos deles, eles esqueceram de assumir a compra da Refinaria de Pasadena, a implosão da Petrobras, o dinheiro corrupto que tornou partido em governo, além do fato de que o Temer é deles. E mesmo não sendo nosso - se dependesse dos nossos votos, continuaria advogando ou ministrando aulas de Direito Constitucional - o Temer ocupou um espaço vazio. Não existia presidente. Existia uma militante fazendo política para si e seus parceiros. Hoje, o Brasil tem governo. Possui uma equipe econômica de alto nível, com propostas claras. Reúne em seu ministério figuras relevantes do parlamento (alguns citados e investigados, como quase todos os demais parlamentares). Fazer o quê? Todos com a mesma representatividade (votos) da presidente "deposta" e de seu vice "imposto". Aos trancos e barrancos, acendendo velas para Deus e o diabo, o Temer avança. É o que temos. Em 2018, com a quase totalidade dos "salvadores da pátria" presos, teremos oportunidade de fazer nossa escolha. E queira Deus que, para o nosso próprio bem, a gente tenha aprendido a não brincar mais de escolher presidente.
* Carlos Ney é escritor e jornalista
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