Mauricio Figueiredo

Educação, recursos humanos e o melhor do et cetera

quarta-feira, 29 de junho de 2016

LULA, ROBALO E OUTROS FURTOS DO MAR - * Carlos Ney

Os velhos jornalistas, orgulhosos em ser, alertavam para a responsabilidade de expressão, pilar principal da liberdade de expressão. O perigo da generalização, principalmente no referir-se a políticos inescrupulosos, notadamente. Mas, hoje, como não colocar no mesmo saco se, diante de vantagens advindas com o mandato parlamentar, as ponderações sobre a imoralidade de benefício tornados, por eles mesmos, letras da lei, não é protestada? A corrupção não foi inventada pelo PT. Isso é evidente. O partido se deixou contaminar por ela. Um argumento que pode ser aceito. Inegável, contudo, é a convicção de que, pelos artifícios de mentes criminosas, a corrupção foi se tornando legenda partidária, na medida em que o partido se tornava cada vez mais governo.De tal forma que, hoje, é praticamente impossível separar a prática política legal, da criminosa. A foto da Polícia Federal cercando a sede do partido, que estampou os jornais do país, é emblemática. Diante disso, qual futuro político se pode prever para a legenda?



Estrategicamente, o pior cenário seria o retorno da presidente afastada. Sua governança catastrófica deixou em escombros a economia e, por consequência, o partido. Assim sendo, segundo vejo, restará como bandeira, em nome da sobrevivência, o papel de vítima. Expor como mártir a primeira mulher presidente, golpeada pelas elites retrógradas, na velha, mas ainda eficiente lenga-lenga da guerra dos ricos contra os pobres, poderá ser usada nos lugares onde a informação chega atravessada. Caso a justiça seja benevolente com o ex-presidente, garantindo-lhe a liberdade de ir e vir, e colocado diante de adversários tão inexpressivos, talvez seja concedido o canto de cisne a quem, numa mesma vida, já foi venerado como deus e odiado como o diabo.

* Carlos Ney é jornalista e escritor

Nenhum comentário:

Postar um comentário