Mauricio Figueiredo

Educação, recursos humanos e o melhor do et cetera

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Negros: garantia de cotas nas cadeias e cemitérios


No dia 13 de maio de 1888, os escravos brasileiros ganharam liberdade. Então, já no dia seguinte, os senhores de engenho e nas cidades aproveitaram umas negras e negros para os serviços domésticos, em troca de casa e comida para fazerem os diversos afazeres da casa grande.
Os escravos libertos foram jogados nas ruas à própria sorte e sem trabalho garantido, amontoaram-se em guetos e em casas improvisadas, garantindo o sustento com pequenos biscates ou roubos e assaltos.
A lógica dos senhores foi a seguinte: já que eu agora tenho de pagar alguém para trabalhar na lavoura vou colocar gente branca, mais assemelhada a mim. Então em 1870 ocorreu a primeira leva de imigrantes italianos no país. A Itália vivia uma crise de desemprego. Os italianos que aqui chegaram eram de origem humilde das regiões rurais italianas.
Outro grande fluxo ocorre de 1880-1910, quando o Brasil adota como Política de Estado o embranquecimento de sua população (já, como agora, de maioria negra). Uma leva enorme de imigrantes italianos, alemães, espanhóis e de outros países europeus em menor número, e, incluindo os japoneses e outros orientais, etc, chega ao país com doação de terras e incentivos, principalmente no Leste e Sul do país. O governo brasileiro chega a fazer campanha de recrutamento de imigrantes na Itália.
A contribuição dos imigrantes, em especial os italianos, foi enorme para o desenvolvimento econômico brasileiro, nas mais diversas áreas, desde a industrial como a agrícola e culinária. Calcula-se que o país tenha em torno de 25 milhões de descendentes de colonos imigrantes italianos. Outros imigrantes também contribuíram para o nosso desenvolvimento.
E os negros?
Há os negros, na maioria, se amontoaram em cortiços, favelas e hoje esmolam pelas ruas e procuram ascensão por meio de cotas, com muita gente torcendo o nariz, inclusive alguns negros. Não receberam indenização ou qualquer tipo de incentivo com a abolição da escravatura.
A única cota garantida para nós, a maioria negra, é nas cadeias e presídios, respondendo por mais de 80 por cento das matrículas ou nas estatísticas de extermínio na lucrativa guerra das drogas e similares, com quase 90 por cento das mortes, sobretudo em sua população de crianças e jovens. (MAURICIO FIGUEIREDO)

Nenhum comentário:

Postar um comentário