Mauricio Figueiredo

Educação, recursos humanos e o melhor do et cetera

domingo, 17 de julho de 2016

A inocente face do terror

O brasileiro é craque em dar nome aos filmes estrangeiros, um deles é o título inexpressivo Other (Outro) que cá na terra chama-se a Inocente face do terror.
Esqueço o filme para ilustrar um pouco o panorama do mundo atual, no qual o terror comandado pelo Estado Islâmico (EI) está botando pra quebrar.
Como os garotos brincavam nas ruas, no século passado, "guerra é guerra". E na guerra de rua contra rua, bairro contra bairro, escola contra escola, gangs contra gangs, só não valia xingar a mãe do adversário e nem cuspir no rosto, algo degradante e inconcebível, mas que no mundo atual parece ter se tornado até alvo de vanglória e não mais de repúdio geral.
Em uma escaramuça dessas entre colegiais, um aluno do Colégio Militar acabou morrendo em uma dessas batalhas. Só então que medidas mais drásticas foram tomadas diante da situação. Hoje, esse tipo de batalha foi transferido para as chamadas torcidas organizadas ou desorganizadas do futebol, e, enquanto a matança não for de proporção maior, as coisas vão continuar ocorrendo com um ou outro protesto logo esquecido.
Assim também é o mundo. A guerra do Vietnam foi a grande lição a mostrar que nem sempre o aparentemente mais forte, melhor armado será o vitorioso. O tido como invencível exército norte-americano, pelo menos como retratavam os filmes de Hollywood,  acabaram vergonhosamente derrotados nas selvas asiáticas diante de um adversário que não sabiam como combater. A guerra de guerrilhas do general Giap faziam com que os soldados americanos fossem abatidos como moscas diante de armadilhas incompreensíveis e não estudadas em seus batalhões e divisões. A cada caixão desembarcado na América criava-se a consciência de uma guerra perdida.
O mesmo se dá agora com o chamado terrorismo de base islâmica. As grandes potências que, em muitos casos, foram as primeiras a armar fortemente os diversos grupos pagam hoje o elevado preço dos "senhores da guerra".
E o que o Estado Islâmico deixa claro é que qualquer potência não possui mecanismos de defesa diante de um adversário ideologicamente convicto se suas verdades e dispostos a doar a própria vida por suas causas.
O massacre de Nice, na Cote D'Azur mostra que como nas táticas de guerrilhas do Vietnam, o ataque terrorista pode ocorrer onde menos se espera. Ele é marcado pela surpresa e pelo inusitado.
Parece que ao Ocidente não resta outra saída que a negociação com o atual inimigo número 1. Declarar guerra extrema ao EI acaba sendo apenas um eterno chover no molhado e tentativa de dar uma justificativa à população acuada das cidades.
A Inocente face do terror é um filme de terror psicológico de 1972, dirigido por Robert Mulligan. Trata-se de uma história passada em uma comunidade rural estadunidense em 1935, quando os gêmeos idênticos Niles e Holland (Chris e Martins Udvanorly) são alvo de estranhos acontecimentos que colocam em perigo a vida de parentes e vizinhos.
O salmista Davi escreveu que se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela.
Ao que parece, os governantes no mundo continuam aumentando, em vão, o quantitativo de vigias, mas os resultados são decepcionantes. Isso também ocorre no Rio de Janeiro com a Guerra do Tráfico, as mortes se acumulam e as grandes vítimas são as pessoas que só querem viver em paz. (Mauricio Figueiredo)


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