Mauricio Figueiredo

Educação, recursos humanos e o melhor do et cetera

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Baixada Fluminense

Professoras da rede estadual e atletas profissionais, irmãs conduzirão a Tocha Olímpica 

Elas colecionam mais de 2 mil medalhas, entre títulos nacionais e internacionais

As semelhanças entre Patrícia Pessôa, de 41 anos, e Aline Pessôa, de 45, vão muito além do laço sanguíneo. Nascidas e criadas em Nova Iguaçu, as irmãs descobriram – ainda na infância – o gosto pela natação e, logo em seguida, a vocação para o magistério. Resultado: a família ganhou duas atletas profissionais e professoras de Educação Física, que, no dia 3 de agosto, representarão a Secretaria de Estado de Educação (Seeduc) no Revezamento da Tocha Olímpica, na Baixada Fluminense. 

Elas, que nadam há 32 anos e possuem mais de 2 mil medalhas, além de troféus, diplomas e moções, foram selecionadas na campanha “Servidores que valem ouro – Revezamento da Tocha Olímpica dos Jogos Olímpicos Rio 2016”. Ao todo, 50 profissionais do Estado carregarão o símbolo, sendo 14 deles da Seeduc, entre professores, diretores e ocupantes de cargos administrativos.

– É indescritível a emoção que estamos sentindo! Ao longo de nossas carreiras, procuramos atrelar ao ensino os valores do esporte, como ética, cidadania, respeito, entre outros – disse Patrícia, relembrando que sua irmã já havia conduzido a Tocha Pan-Americana em 2007. 

O time não foi selecionado pela ligação com esportes, mas sim a partir de narrativas relacionadas ao serviço público, na campanha “Servidores que Valem Ouro”. Cada participante enviou um texto explicando as razões pelas quais seria merecedor da condução do símbolo Olímpico. No relato, era necessário informar claramente uma ação, comportamento ou atitude do candidato a condutor que tenha impactado positivamente no ambiente de trabalho ou nos serviços prestados à população.

Foi nesse momento que não faltou inspiração para as nadadoras, que acumulam diversos títulos estaduais, regionais, brasileiros, sul-americanos e mundiais. Fora das piscinas e competições, é em sala de aula que elas mergulham de cabeça em duas paixões: educação e esporte. 

Dos 22 anos de magistério, 20 foram dedicados por Aline Pessôa ao Colégio Estadual Dom Walmor, em Nova Iguaçu. É lá que a docente incentiva e observa o crescimento gradativo de seus alunos. 

– Meu dever é formar cidadãos. Sou feliz por ter conseguido fazer com que alguns alunos que estavam perdidos socialmente encontrassem um rumo por meio do esporte e da educação – destacou. 

Enquanto uma irmã trabalha no município iguaçuano, local em que carregará a Tocha Olímpica no dia 3 de agosto, a outra atua há 18 anos no Colégio Estadual Bairro Nova Aurora, em Belford Roxo.  E será nesta cidade que Patrícia conduzirá o símbolo Olímpico, no mesmo dia. 

– Nova Aurora é um local carente de tudo, mas que tem a escola como um ponto forte. Montei um projeto de formação de equipes esportivas, que conquistaram vários títulos. Mas, além das medalhas, ganhamos uma família. Levamos as crianças para jogos estudantis, jogos escolares, jogos da Baixada, tanto modalidades coletivas como individuais – explicou a professora. 

Aos poucos, as irmãs vão escrevendo suas trajetórias e inspirando pessoas, como fizeram na família. O pai das docentes foi diretor da Federação Aquática do Rio durante 15 anos. A mãe, árbitra de natação por 25 anos.   

– Vamos em frente. O magistério é a nossa missão e o esporte é a nossa filosofia de vida – garantiu Patrícia, quase que em coro com a irmã.


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