Mauricio Figueiredo

Educação, recursos humanos e o melhor do et cetera

segunda-feira, 25 de julho de 2016

O DIA EM QUE O DIABO FOI PEDIR BÊNÇÃO A SÃO ZEFERINO - * Carlos Ney



 - Existem certas coisas que só acontecem por aqui. Talvez por conta desse sol de tostar os cornos. Mentiras são muito mais acreditáveis que as verdades de todas as horas. "O Brasil é um filme de terror"! Brada a manchete do Financial Times, abrindo mão de sua histórica impassibilidade. Filme pornô, diria o cumpadre Alcebíades, entre uma e outra molhada de bico. Pura comédia sem graça, tipo Zorra Total, sapeca o Toninho Barbeiro. Ou tudo isso, diríamos tds. Com exceção, é claro, do cego Lobato, já q, para este, as coisas estão indo de bem para melhor. Nesse cenário, assim que o Padre Cosme, abrindo mão do sermão dominical, comunicou que o tinhoso mandou emissário, porque queria devolver a cidade para São Zeferino, o povo sequer piscou. Padre Cosme, afinal, era unha e carne com a santaiada toda; especialmente o Padim. Tempos atrás, seduzida pela promessa de fartura e muita festa, a população tinha trocado de padroeiro. Saiu o santo, que não oferecia nada, e assumiu o rabudo, que oferecia tudo. Só que, nem demorou, a coisa que já era meio barro, meio tijolo, despirocou de vez. O santo padre tinha avisado: "Não existe jantar de graça"! Mas, sabe como é... Agora, quando falta até lenha para aquecer suas noites de inverno, o coisa ruim resolveu se impitimar. Desde que, é claro, garanta para si próprio algumas vantagens. 
* Carlos Ney é jornalista e escritor

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