Mauricio Figueiredo

Educação, recursos humanos e o melhor do et cetera

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

História do Índio

'Hoje, o próprio índio escreve sua história', diz presidente da Associação Aldeia Maracanã
Resgatar a participação do índio nos contextos urbano, cultural e histórico do Rio de Janeiro e descontruir a imagem estereotipada dos povos indígenas são os principais objetivos do seminário “O Rio de Janeiro continua Índio”, que vai reunir antropólogos, historiadores, arqueólogos e advogados para debater o tema até esta sexta-feira, das 9h às 18h. O evento é idealizado pela Associação Indígena Aldeia Maracanã (AIAM) em parceria com o Museu da Justiça, a Secretaria de Estado de Cultura, a Funarte e a Comissão Pró-Índio/UERJ. A Aldeia Maracanã foi responsável pelo movimento de luta e resistência que impediu a demolição do prédio do antigo Museu do Índio, no Maracanã.
Segundo o presidente da AIAM, Carlos Antonio Fernandes Machado, que pertence à etnia Tucano, do Amazonas, hoje, o índio não precisa mais de alguém que escreva a história por ele nem de interlocutor para que suas reivindicações cheguem às autoridades competentes. “Não precisamos mais de intermediários, falamos por nós mesmos e reivindicamos nossas necessidades. A nossa realidade é a luta pela demarcação das terras indígenas, saúde, educação e políticas públicas voltadas para os índios. Queremos ser reconhecidos como cidadãos e seres humanos. Hoje, o próprio índio está escrevendo sua história. É isso que queremos mostrar no seminário, com a participação de todas as camadas sociais”, ressalta Carlos Antonio.
O presidente da Associação Indígena Aldeia Maracanã disse que atualmente o Brasil possui 306 etnias, sendo que 90 delas vivem isoladas, sem qualquer contato com o Estado. São quase um milhão de indígenas, que falam 186 línguas oficiais. No contexto do Rio de Janeiro, o cacique disse que o índio, protagonista da história, foi esquecido no ano em que o estado celebra seu aniversário de 450 anos. “Reivindicamos que o índio também seja lembrado nessa celebração. Então resolvemos fazer o seminário para resgatar a participação dos índios no contexto urbano do Rio. É uma forma de ter espaço para mostrar a realidade dos povos indígenas. Quem ouve falar em índio pensa logo no sentido pejorativo. Para muitos, o índio ainda é selvagem, canibal, exótico e invisível. Queremos descontruir essa imagem estereotipada dos povos indígenas”, defende.
Além do seminário, o público terá acesso simultaneamente a duas exposições montadas nos salões do Museu da Justiça sobre o tema, sendo uma com perspectiva histórica e antropológica criada pelo Museu do Índio/FUNAI em conjunto com a Comissão Pró-índio/UERJ e a outra sobre arqueologia indígena montada pelo Instituto de Arqueologia Brasileira (IAB).
O seminário “O Rio de Janeiro continua Índio” acontece no Museu da Justiça, Rua Dom Manuel, n° 29, no Centro do Rio. As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas pelo link http://www.tjrj.jus.br/web/guest/riocontinuaindio ou pelos telefones 3133-3766/3768/1896.
Para conferir a programação completa do evento, acesse http://www.tjrj.jus.br/documents/10136/2631120/prog-seminario-indio.pdf

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