Baile democrático reúne pessoas de vários pontos do Rio
Pai, mãe e filho curtindo o baile charme. Esses eram Giovane, Elaine e Guilherme, de apenas 7 anos, que saíram do bairro de Rocha Miranda, na Zona Norte do Rio, e foram até o centro da cidade maravilhosa para participar da festa “A Justiça é o Charme”, promovida pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), e dançar ao som da black music que há quase 40 anos ganhou contornos cariocas e já faz parte da manifestação cultural da cidade do Rio.
Giovane explica que aproveitou o sábado (29) para passear e ir ao baile, após o almoço em família. Para ele, o clima e o horário favoreceram o clima de amizade e tranquilidade da festa. “É muito bom poder vir neste clima familiar. Nem sempre conseguimos ir juntos aos bailes. E é legal fazer com que o meu filho conheça algumas das referências musicais que eu tive também”, diz.
O baile atraiu também quem nem conhecia muito do estilo charme e acabou passando por acaso no evento. Foi o que aconteceu com os universitários Rafaela Sarmento e Daniel Ribeiro, que moram na Ilha do Governador e em Copacabana, respectivamente. E eles chegaram a arriscar alguns passos, embora desajeitados no início. “É muito bom. O clima é contagiante”, diz Rafaela.
Daniel conta que só tinha ouvido falar do baile charme e visto pouco pela televisão. “Foi bom passar por aqui e ver que estava rolando festa, a música. Acabamos entrando e estamos gostando. É bem bacana a experiência”.
A funcionária de Furnas e vendedora de roupas Andrea Novellino tinha ido à feira da Praça Quinze, ali ao lado do baile, e também foi pega de surpresa. Mas ela já sabia o que esperar.
“Quando ouvi a música logo reconheci que era o estilo charme, que eu amo. Achei ótima a iniciativa da Justiça. Eu adoro esse tipo de música, mas os bailes acontecem mais nos subúrbios, onde não tenho chance de ir. Dançar charme no Centro do Rio foi o máximo”, afirmou Andrea, moradora do Leme, na Zona Sul da cidade.
Para que todo mundo pudesse aprender um pouco e dançar no ritmo da música, o baile “A Justiça é o Charme” teve a presença de dançarinos profissionais do estilo charme, que deram as dicas e os movimentos a quem estava começando. Viviane Custódio e Suzi Franquini são do Grupo de Charme Magia, convidado a participar da festa, e chegaram cedo para ensinar os primeiros passos.
“Aqui é um ambiente coletivo leve, qualquer tipo de pessoa pode participar. Vamos ensinar os passinhos e todo mundo vai gostar”, disse Suzi, enquanto o baile ainda esquentava.
O baile do TJ foi mesmo uma festa de integração. O casal Paulo Roberto Lotti e Claudia Costa saiu de Jacarepaguá para prestigiar o evento. Apaixonados por charme, eles curtiam o som enquanto bebericavam uma cerveja gelada.
“Esse evento foi muito especial. É como se a Justiça tivesse embalado e levado nos braços o público negro da cidade”, afirmou Cláudia, que é encadernadora de braile.
Funcionários do TJRJ participam do baile charme
Os funcionários do Poder Judiciário não ficaram de fora da festa e participaram do baile “A Justiça é o Charme”. Alguns, em serviço de plantão no final de semana, davam uma parada no trabalho para espiar o evento com uma vista privilegiada das janelas do Fórum Central e das sacadas do Museu da Justiça. Outros, que gozavam a folga do final de semana, fizeram questão de sair de casa para vir acompanhar o evento.
Carlos Eduardo Vieira tem 50 anos de idade e trabalha no Cerimonial do TJRJ, na Lâmina Central. Ele frequenta os bailes de black music há décadas, e aprovou a ideia do Tribunal de Justiça em trazer essa cultura para o ambiente judiciário.
“Eu nunca ia esperar isso da Justiça. Mas é uma maneira popular do Tribunal se comunicar com a sociedade”, explica Carlos Eduardo.
Já Amilton Oliveira foi acompanhado de muitos amigos ao baile charme da Justiça. São os “Amigos do Charme”, que curtem juntos as festas. Amilton é de São João de Meriti, e trabalha como segurança no Museu da Justiça há quase dois anos. Ele também enalteceu a iniciativa do TJRJ.
“É uma iniciativa que traz a oportunidade de as pessoas conhecerem a cultura do charme. E não é só a música e dança, é toda a interação que vem ao baile”, diz.
O baile “A Justiça é o Charme” aconteceu no sábado, 29, na Av. Erasmo Braga, Centro do Rio, das 13h às 18h10, e, de acordo com a organização, reuniu cerca de mil pessoas. A iniciativa do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) teve o apoio da Prefeitura do Rio de Janeiro.
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