Mauricio Figueiredo

Educação, recursos humanos e o melhor do et cetera

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Baile Charme do TJRJ no sábado

'O Charme não costuma ser notícia porque é muito pacífico', diz DJ 

Quem está acostumado a ver juízes, desembargadores, servidores e advogados circulando no entorno do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), no Centro da cidade, vai se surpreender neste sábado, dia 29. O DJ Corello, responsável pela direção artística do Baile Charme que será promovido pelo TJRJ disse que a iniciativa de abrir os espaços do Poder Judiciário ao público para contar a história da Black Music é algo inédito. “A população de forma geral vê a Justiça sisuda, a imagem da Justiça é uma coisa muito séria. A iniciativa pegou todos de surpresa, mas gerou oportunidade de se contar a história da Black Music, que é uma história de paz, de não violência e essas coisas estão ligadas”, destaca o artista. O baile “A Justiça é o charme” será realizado no meio da rua, das 13h às 18h. O evento é gratuito.
O DJ Corello disse ainda que, ao longo das décadas, a popularidade do charme foi encoberta por outros ritmos musicais com mais apelo midiático. “O Charme não costuma ser notícia porque ele é muito pacífico, então ele não gera matérias na mídia como o funk, por exemplo. O charmeiro vai ao baile para dançar, para encontrar paz espiritual. Então, quando o Tribunal realiza um evento para dar destaque ao ritmo isso é muito importante”, ressalta o DJ, que é um dos principais expoentes na cultura da Black Music.
Um palco, com dois painéis de led, vai ser montado na Rua Erasmo Braga, no Centro, em frente ao prédio da Escola da Magistratura do Rio (Emerj). Dois grupos, com cinco dançarinos cada, vão protagonizar um verdadeiro espetáculo. No palco, um dos grupos, formado pelos dançarinos Paulo César, Negro, Wellington Charmeiro, Suzi Franquini e Viviane Custódio, fará uma encenação da história da Black Music, contando como e quais influências musicais resultaram no nascimento do charme na década de 1980. A encenação terá a participação de cinco DJs tocando diversas vertentes do ritmo. No chão, o outro grupo de artistas, composto por Talita, Juliana, Jaqueline, Maurício e Marcela, vai ministrar um workshop de dança. O evento vai contar ainda com uma animação, exibindo registros da história da Black Music, além de uma feira étnica, com venda de acessórios e produtos personalizados para o vestuário dos negros. Outra atração do baile vai ser o festival de gastronomia de rua com os food trucks.
Para a realização do evento, o TJRJ anunciou a parceria com a Prefeitura do Rio, que dará apoio operacional, com o fornecimento de banheiros químicos e grades de proteção para delimitação de espaço.
A iniciativa faz parte do projeto “Cultura é Justiça”, da Diretoria-Geral de Comunicação e de Difusão do Conhecimento do TJRJ, comandada pelo professor e historiador Joel Rufino dos Santos. No Rio de Janeiro, os bailes charme nasceram de forma espontânea no bairro de Madureira, sob a influência da cultura negra americana, da soul music e do funk, absorvidos e adaptados pelos brasileiros.

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