Mauricio Figueiredo

Educação, recursos humanos e o melhor do et cetera

terça-feira, 25 de agosto de 2015

'Cultura é Justiça'

TJRJ promove baile charme no sábado, dia 29

O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) vai entrar no clima da black music. No dia 29, sábado, das 13h às 18h, o TJRJ promove, pela primeira vez, um baile charme no complexo judiciário do Rio com a promessa de grandes atrações musicais e muita dança. Um palco vai ser montado na rua Erasmo Braga, no Centro, e o baile “A Justiça é o charme” será aberto ao público. A iniciativa faz parte do projeto “Cultura é Justiça”, da Diretoria-Geral de Comunicação e de Difusão do Conhecimento do TJRJ.
No Rio de Janeiro, os bailes charme nasceram de forma espontânea no bairro de Madureira, sob a influência da cultura negra americana, da soul music e do funk, absorvidos e adaptados pelos brasileiros. De acordo com o professor e historiador Joel Rufino dos Santos, diretor-geral de Comunicação e de Difusão do Conhecimento do TJRJ, o charme pode ser considerado um processo cultural autônomo, cuja criação é coletiva e não depende de influências de mercado e do estado. Para o professor, é papel do Poder Judiciário abranger todo tipo de cultura para se aproximar da sociedade.
“Se o Tribunal quer dar o braço à sociedade e conversar com ela, é natural que convide e chame essa cultura autônoma para perto de si. É uma relação de hospedagem, hospedar o popular, o diferente”, explica Rufino, que garante ainda que a festa é uma grande confraternização. “A festa não tem organização, ela tem um plano. Não podemos prever o que vai acontecer, mas o desejo é que os cidadãos venham e dancem o charme. E se não dançarem, que pelo menos conheçam o charme”, diz o historiador.
O responsável pela coordenação artística do baile é o Corello DJ. O músico carioca é um dos principais nomes nos circuitos de baile de música black no Rio de Janeiro, e é ele quem vai preparar, junto com dançarinos, uma encenação no palco para contar a história das influências musicais que resultaram no nascimento do charme na década de 1980.
“Parece até discurso de alguns jogadores de futebol, mas é verdade: vou tentar fazer o meu melhor”, brinca Corello. O DJ também considera que o baile é uma forma de integração entre partes de uma cidade que ainda é segregada culturalmente. “Estou ansioso para ver como vai ser. Queremos atrair todo mundo através da música, da Zona Norte à Zona Sul, e apresentar o estilo charme para aqueles que ainda não ouviram e não curtiram”, comenta. Além de Corello DJ, outros músicos serão convidados a fazer parte da festa, entre eles alguns servidores do TJRJ.
Para o evento, o Tribunal deve anunciar a parceria com a Prefeitura do Rio, que dará apoio operacional, com o fornecimento de banheiros químicos e grades de proteção e delimitação de espaço. Uma das atrações do baile vai ser o festival de gastronomia de rua com os food trucks.
O baile charme promovido pelo TJRJ é mais um dos grandes eventos lançados neste ano pelo projeto “Cultura é Justiça”, que já conta no calendário com os encontros do “Conte algo que não sei”, entre outras ações. No dia 21 de abril, o evento “Desenforcamento do Tiradentes: Justiça ainda que tardia” recebeu centenas de espectadores no Antigo Palácio da Justiça para a encenação de um novo julgamento do mártir da Inconfidência Mineira, interpretado pelo ator Milton Gonçalves, e que contou com a participação de magistrados na peça. Além do espetáculo, um trio elétrico comandou o cortejo em homenagem a Tiradentes pelas ruas do Centro do Rio de Janeiro.

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