Tomo vergonha e vou ver o Nonato. Ficamos 15 minutos na sala assistindo um resto de jogo da série C na TV do canal estatal. Depois ele chama o pimpolho que derrama em meus joelhos uma pesada pasta cheia de desenhos. Em seguida a filha Stella canta uma música gospel. No fim de tudo, uma fatia de bolo de fubá e um café quase frio feito pela sogra que me olha de longe da cozinha sem sequer me cumprimentar.
Nonato pede para que volte novamente no outro domingo. Digo que tenho que ver direitinho, pois talvez vá viajar. Penso em ficar em casa assistindo um futebol da série A e enviar um e-mail pro Nonato. O problema é que ele não tem internet e as crianças ainda desenham e cantam gospel.
Fico com remorso, pois Nonato é um velho amigo. No domingo me enfio em uma calça jeans surrada e quem sabe chego na hora de só ver a decisão por pênaltis. Pensando bem, os desenhos do pimpolho são bons e os vocalises da Stella satisfatórios.
Só o bolo de fubá que é um pouco solado e duro. Mas, vá lá: não existe mesmo sogra perfeita. (MAURICIO FIGUEIREDO)
Mauricio Figueiredo
Educação, recursos humanos e o melhor do et cetera
terça-feira, 12 de julho de 2016
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário