Criada em 1985, o jornal Folha Dirigida é destaque no país como órgão informativo da área de recursos humanos, especialmente na divulgação de concursos públicos, mantendo ainda regularmente um caderno educacional, além de outras publicações correlatas.
No Jornal da ABI (Associação Brasileira de Imprensa) — nº 341, maio de 2009 — reportagem da vinheta Mercado destaca no título que “Neste tempo de crise, o emprego vira manchete”, fazendo menção não só à Folha Dirigida, como a outras publicações como o Emprego Já, lançado pelo Diário de S. Paulo.
O texto do jornal da ABI diz que “a crise econômica mundial e seus reflexos no Brasil, embora sub avaliados pelas autoridades governamentais, geraram uma novidade no mercado de publicações: ganham força aquelas voltadas para a divulgação de oportunidades de trabalho.”
Como um dos fundadores da Folha Dirigida – e atualmente desligado da empresa – destaco a importância de se enfatizar a realização de concursos públicos no país, em respeito ao que determina o artigo 37 da Constituição, sobretudo pela insistência de alguns setores em manter a prática do empreguismo e do nepotismo no preenchimento dos cargos públicos.
Apesar disso, há uma minoria desinformada ou que faz vista grossa ao empreguismo que se coloca contrária a realização dos concursos. O sucesso da Folha advém do fato de que há um público que busca, conforme a análise do poeta Drummond de Andrade, quando se referia ao vestibular, “um lugar ao sol brasileiro”.
Muitas críticas são as de que o jornal divulga manchetes sobre concursos que não acontecem ou demoram a acontecer, criando uma expectativa em candidatos que acompanham o desdobrar das notícias como quem acompanha uma novela de televisão. Como há uma massa enorme de pessoas, sobretudo os jovens, a procura de uma vaga no estreito mercado de trabalho brasileiro, a Folha Dirigida, que acabou adquirindo a liderança na área, acaba sendo alvo maior desse tipo de crítica. Mas, no geral, o jornal cumpre o papel de criar a consciência da necessidade de se combater insistentemente o empreguismo e o nepotismo.
Muitas dessas críticas são valiosas no sentido de se evitar uma certa estagnação do ponto de vista jornalístico, sobretudo quando entra em jogo o fenômeno Internet que de maneira geral vem, também, afetando o jornalismo impresso, em termos mundiais.
Outras críticas figuram no que já foi descrito por Antonio Carlos Jobim como o "ódio" que muitos sentem em relação às coisas que dão certo. No aspecto interno, a Folha Dirigida tem sido uma verdadeira escola de jornalismo. Muitos profissionais que atuam em veículos da chamada grande imprensa passaram pela Folha, conquistando lugares de destaque em seus novos trabalhos e por isso, reconhecem a importância do jornal na formação profissional que obtiveram.
O mesmo jornal da ABI mostra que o mercado tem sido duro para muitos impressos, destacando o desaparecimento de muitos órgãos. Em seus 25 anos, a Folha Dirigida tem como desafio o de criar condições para uma maior estabilização para seus profissionais, consolidando a sua equipe de repórteres, redatores e editores, dentro do entendimento que o grande diferencial, principalmente neste momento de crise econômica e mais do que isso, de transformação tecnológica, na área da comunicação, será o elemento humano.
Com sede e rotativa própria o caminho que se desvenda para o jornal é o da criação de um público próprio, sem o aspecto passageiro do leitor que depois de conquistada a sua meta (aprovação no concurso público, ingresso na universidade, etc) tende a deixar o jornal de lado.
Há um mercado potencial nesta área, que vai da política estudantil, com seus conflitos e bandeiras múltiplas, passando pelo movimento sindical, conjuntura do trabalho e política educacional, incluindo o viés da cultura.
São espaços que a Folha Dirigida tem condições de ocupar de maneira plena.Visões vista de fora, mas de quem torce para o sucesso dos grandes profissionais que diariamente levantam a bandeira do concurso e da educação, em um país no qual nepotismo, empreguismo e deseducação continuam vigorando.
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