O presidente da Aced, Carlos Alberto Chiarelli, critica ações oficiais que dificultam o avanço da metodologia. Segundo ele, empecilhos criados aos desejados avanços da Educação a Distância (EAD) no Brasil não estão de acordo com a realidade produtiva e operacional das instituições de ensino que aplicam a metodologia no país, nem tampouco com o verdadeiro interesse público, que é o da expansão de tal sistemática.
Carlos Alberto Chiarelli, ex-ministro da Educação e presidente da Associação da Cadeia Produtiva de Educação a Distância (Aced), declara estar a presenciar-se volumoso e improdutivo ritual burocrático governamental na área educacional no Brasil. “Diferentemente do que se espera, as autoridades impõem barreiras que impedem, em última análise, o próprio avanço intelectual da população. A atuação de alguns dos responsáveis pela fiscalização da EAD está, literalmente, engessando a autonomia das instituições com exigências normativas que obstaculizam, cada vez mais, as ações finais do processo educativo”, destaca.
O ex-ministro ressalta a importância de legislação criteriosa para o Ensino a Distância que regulamente ações, procedimentos, qualidade dos materiais e tecnologias utilizadas, bem como os locais de atendimento que sejam compatíveis para o estudo, garantindo o acesso a um ensino de qualidade. No entanto, comenta o presidente da Aced, isso ocorre inadequadamente sempre que falta um diálogo aberto com as universidades que optaram por utilizar o EAD. Ainda diz que os critérios e padrões estabelecidos pelas autoridades oficiais para o Ensino a Distância não favorecem a reconhecida eficácia do método.
“Está havendo uma verdadeira asfixia por parte dos responsáveis que criam diversos obstáculos para as instituições educacionais. Aliás, deixa-se de levar em conta e respeitar a autonomia universitária, consagrada no artigo 207 da Constituição, agredida e atropelada frequentemente pelos detalhes governamentais inúteis”, destaca.
Chiarelli afirma que, antes de se criar tantos problemas, é preciso olhar com um pouco mais de atenção os resultados satisfatórios que esta metodologia apresenta como o desempenho dos alunos, a flexibilidade e a facilidade de acesso que proporcionam. “Seria mais eficaz apoiar e auxiliar as instituições que proporcionam o Ensino a Distância ao invés de dificultar o processo de implantação e manutenção da metodologia. O ideal seria orientá-las e não as punir. Acompanhá-las, com assessoramento eficaz, e não atemorizá-las com ameaças”, diz.
Justificando sua posição, cita os resultados do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade/MEC) no qual se mostram dados das 13 áreas em que se pode comparar o desempenho de estudantes da educação presencial com aqueles a distância. Em sete cursos (Administração, Biologia, Ciências Sociais, Física, Matemática, Pedagogia e Turismo), os alunos de EAD foram melhores, com uma média de até 50% a mais de rendimento. “Esse é, sim, um termômetro que oferece números concretos e mensuração confiável. Se houver uma vontade política real e efetiva, o EAD pode ser uma das soluções para o problema da educação no Brasil. A criação de obstáculos não favorece o país. É preciso refletir sobre isso, para que não se jogue fora ou se inutilize um instrumental tão precioso para a sociedade”, finaliza.
Mauricio Figueiredo
Educação, recursos humanos e o melhor do et cetera
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