Mauricio Figueiredo

Educação, recursos humanos e o melhor do et cetera

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Apartheid brasileiro 2

Nem as mulheres escaparam do ranço machista de transformação de qualquer evento popular em “Concurso de Miss”. As jornalistas, tanto na mídia impressa como na televisiva, fizeram o listão dos “musos” da Copa. Justamente, em um certame disputado em país africano, os campeões da beleza, pelo olhar distorcido de nossas analistas eram em sua totalidade os “arianos” (italianos, espanhóis, ingleses, portugueses, alemães, argentinos, etc, e claro, o nosso Deus da Raça, Kaká. Em uma lista para disfarçar, um “negão” africano, com o tradicional esteriótipo da sensualidade). Para  nossas jornalistas, “deve ser horrível ser negão em plena África”.

Um comentário:

  1. Oi, Maurício. Cheguei ao blog via Comunique-se e acho muito pertinente esse comentário. Na Copa de 2006, não houve um só negro ou oriental na tal seleção de musos (arghh!). Nessa, a incontestável presença do Drogba fez com que ele aparecesse como candidato e creio que um coreano. A entrada de rol nesse time se dá também por conta da exibição dos atributos físicos quando fez parte de um anúncio. Acho que devemos, sim, levantar essa bola e pedir mais diversidade nessas votações que trazem unicamente da panela que está na redação. Gosto não se discute, ok. Mas acredito que enquanto o jornalista não entender a sua função social vai continuar reforçando esse apartheid e achando que ele só existiu lá do outro lado do continente. Abs. Liseane

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