Mauricio Figueiredo

Educação, recursos humanos e o melhor do et cetera

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Festival de Teatro



Festival revela jovens talentos da rede estadual de ensino

Estudantes encenam Rei Leão, conquistam o 2º Lugar na XII FIT Notre Dame e recebem prêmios das mãos de Nicette Bruno


O grupo teatral do Colégio Estadual Eunice Weaver, de Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio, participou do XII FIT - Festival Intercolegial de Teatro do Colégio Notre Dame, em Ipanema, Zona Sul do Rio. Os jovens estudantes da rede estadual encenaram o musical Rei Leão, um dos maiores sucessos da história da Broadway.

Os cerca de 30 alunos conquistaram o 2º lugar como melhor peça e os prêmios de melhor ator principal para Eduardo Cavalcanti e de ator-coadjuvante para Vinícius Garcia. Ainda foram premiados como a melhor trilha musical do Festival.

A homenageada dessa edição foi a atriz Nicette Bruno, que participou da premiação.  Na plateia, o secretário de Estado de Educação, Wilson Risolia, prestigiou a apresentação. 


O grupo teatral Estado Tipo Assim foi criado há sete anos e, sob a direção do professor de Arte Leopoldo Rodrigues. Eles já encenaram várias peças como Capitães de Areia, Auto da Compadecida, A Família Adams e Mudança de Hábito, entre outras.

A pré-estreia aconteceu em setembro, no auditório da sede da Seeduc, no Santo Cristo, com a presença de servidores e convidados, abrindo a temporada com encenações em vários espaços, como no Teatro dos Grandes Atores, na Barra.  Em O Rei Leão, os alunos sugeriram adaptações. Nessa versão, entraram mais elementos da dança e música africanas como maculelê e capoeira, além de sapateado. 

Bem estruturado, os atores contam com uma produção que inclui figurinistas, coreógrafo, preparador de elenco e maquiador.  Todos são alunos, ex-alunos ou colaboradores da comunidade escolar, alguns já se profissionalizando em suas áreas.

Talentosos, em um trabalho que provoca risos e emociona, eles ganham força nas trapalhadas de Timão e Pumba – Reinaldo Machado e Vinícius Garcia -, na atuação vigorosa do vingativo  Scar – Eduardo Cavalcanti – e no canto afinado do babuíno Rafiki – Camila Ellen.

O diretor da unidade escolar José Guilherme de Miranda Mendonça conta que a participação no curso de teatro está vinculada ao bom desempenho no aprendizado e na participação nas avaliações, como no Saerjinho e Saerj.

– O interesse pelos estudos e o bom comportamento são exigidos para fazer parte do grupo.

Alguns integrantes são ex-alunos que já atuam profissionalmente na produção de espetáculos. Caso de Mariana Meirelles que está terminando o curso de Artes Cênicas e Indumentária na Escola de Belas Artes da UFRJ.

– Eu sempre me interessei por moda, mas enquanto estava no colégio não participava do grupo teatral. Já na UFRJ, voltei a encontrar alguns colegas de lá. Eles precisavam de uma figurinista e eu acabei aceitando o convite para integrar a equipe. Hoje, e por causa do grupo, sou apaixonada por teatro.

Ela fala dos benefícios para os estudantes que participam de um projeto como esse.

– O teatro ajuda as pessoas a se conhecerem melhor. Estamos “começando a vida” e eu acho importante ter contato com outras realidades.

As colegas compartilham a mesma opinião. Como a estudante da 2ª série, Ethiene Silva, que vai cursar Arquitetura. Ela acha que o  teatro oferece a oportunidade de aprender a lidar com as pessoas e também de se conhecer melhor.

– Aprendemos a interagir, a falar mais livremente sobre o que sentimos. Eu sempre li muito, mas, agora, tenho que ler mais para conhecer melhor histórias e personagens. Isso ajuda muito nos estudos.

A aluna Camila Ellen, que faz o Rafiki, também vê na interpretação e no canto um caminho para novas atitudes e mudanças significativas que ajudam nos estudos e na vida profissional.

– Atuar traz desenvoltura, nos ajuda a falar melhor, a perder a inibição e a ter mais concentração. E também traz mais responsabilidade: é preciso assiduidade e pontualidade para trabalhar em grupo, finaliza a estudante que quer se profissionalizar nas áreas de canto e dança.

Os jovens atores já receberam novos convites e estudam a possibilidade de novas apresentações ainda esse ano no circuito teatral fluminense.

Fotos:
Divulgação / Nicete Bruno premia Eduardo Cavalcanti / o Grupo / Apresentação no Festival

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