Mauricio Figueiredo
Educação, recursos humanos e o melhor do et cetera
quarta-feira, 3 de agosto de 2016
Os nossos novos palavrões
Há algum tempo escrevi que os antigos palavrões que reinaram até o século passado, por tão repetitivos iriam perder o impacto e o próprio significado. Por exemplo, chamar alguém de viado passou a ser coisa de pessoa desatualizada, os homossexuais já foram carinhosamente absorvidos em uma sociedade progressista. Chamar uma mulher de puta também não faz mais sentido, pois a prostituta passou a ser uma profissão como outra qualquer e o uso da palavra ou palavrão mostra apenas o preconceito e desatualização de quem a profere.
No ônibus, meninas e meninos de 10 a 14 anos, marcam a conversa falando do órgão sexual masculino, coisa que no século passado, pelo menos antes dos anos 60 era o bastante para deixar muita gente ruborizada. Hoje crianças, adolescentes e jovens, além dos próprios velhos usam corriqueiramente os antigos e ultrapassados palavrões que reinaram até o século XX.
Vai pra casa do Cunha, isso sem passou a ser algo realmente ofensivo e com direito até a direito de resposta ou processo.
E que tal, no calor da discussão, mesmo que seja sobre um lance de futebol, chamar o antagonista de fascista ou golpista? É preciso de cuidado com esses dois novos palavrões. Uma antiga amizade pode, inclusive, ser rompida.
É de tirar do sério alguém te chamar de marketeiro ou ao contrário do quase inofensivo vai tomar banho te mandar pro lava-jato.
E a turma da direita mandando os da esquerda para Cuba e Venezuela. E os da esquerda chamando os da direita de coxinhas. Tudo isso passou a ter mais peso que os velhos palavrões.
Bendita época que ser chamado de Filha da Puta é mais honroso do que ser chamado de Político Golpista ou Político do Mensalão...
(Mauricio Figueiredo)
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