O Brasil assistirá nos próximos dias ao desnudamento público da mulher que, dizendo representar a todas, elegeu-se presidente graças a força política de Lula. E assim como seu mentor, repetiu a dose, quatro anos depois, numa campanha adubada por dinheiro de origem obscura e criminosa. Como não tinha substância administrativa ou política, ao invés de escrever seu nome na reduzida lista dos grandes benfeitores da humanidade, saiu pela porta dos fundos, apontada como a causa da maior crise institucional e econômica já vivida por esta república. A prudência aconselharia o silêncio, diante do caos comprovado de sua governança. Mas a arrogância é a pele dos medíocres. Tirando-lhes tudo, restará ainda, por baixo das vestes, esta que é o seu maior pecado. Que, a bem da verdade, para eles, os arrogantes, é virtude. Escreverá, já amarelada pelo tempo decorrido, uma carta aos brasileiros. Proporá, com a futilidade de outras tantas ações suas, eleições gerais, caso retorne. Tal ação, que a lógica considera insana, passaria por um plebiscito e desconsideraria o resultado da eleição de outubro. Comodamente empoleirada em sua cadeira presidencial, reinaria, como uma rainha britânica até a data da posse do(a) novo(a) presidente. Sem obrigação, é claro, de exercer as funções administrativas. Enquanto isso, estaria sendo incubado um livro biográfico que a mostraria, não como ele é, mas como se enxerga. Esquece a figurante que já foi protagonista, que tornou-se mancha na bandeira vermelha. Declaradamente culpada, por crimes capitais, pelo partido que precisa sobreviver das cinzas, digo, da lama.
*Jornalista e escritor
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