Mauricio Figueiredo
Educação, recursos humanos e o melhor do et cetera
sexta-feira, 19 de agosto de 2016
A BATALHA DE ALCACER QUIBIR
Quando ele dobrou o Cabo da Boa Esperança
não encontrou esperança alguma - nesta que
foi a maior derrota de Portugal - a não ser
cravo, canela, pimenta
algum sal, cominho e hortelã.
Colheu na boca dela
beijos amargos, pois não havia mel
e desceu aos infernos
e do seio quente jorrou um leite
ainda impuro e pouco santo e
pouco belo
Procurou romper o Alcacer Quibir e viu
luzir estranhas gentes nuas
e só então naquela Vera Cruz
entendeu estar na Baía Cabrália
da Terra dos Papagaios
E, por aquela gente perdida
ergueu a Cruz de Malta em uma Missa
que se fez Primeira e concedeu o generoso
perdão aos que sequer sabiam o que era pecado.
Mundo novo escaldante de mosquito dengue
zinkungunha e zika com o calor dos trópicos
entre chuvinhas finas na Paulista e temporais
alagoantes na Amazônia verde.
Não direi que fique dilma e nem que saia temer.
Apenas murmurarei ao Rei Dom Sebastião, este
sim guerreiro e santo e ao todo Portugal darei
as devidas honras e entre passos decisivos
levarei à forca os inconfidentes do reino
e encherei de ouro a burra e prata os cofres
e derramarei de queijo minas as negras goiabadas
doces em delicioso romeu e julieta, apreciando
um fugaz peixe vivo nadando no lago
majestoso de Brasília
(Mauricio Figueiredo)
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