Mauricio Figueiredo

Educação, recursos humanos e o melhor do et cetera

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Eleições de outubro: direto à fonte


Minha rua pacata, de repente é tomada por um desfile de mulheres de todas as idades. Elas vem carregando uns panfletos e penso ser algum grupo religioso. No entanto, uma delas se aproxima do portão, educadamente, pede licença e me entrega o luxuoso santão de um candidato parrudo. Não é pouca coisa não. Material de primeira linha, contando de suas grandes realizações.
Nessa onda de 11 milhões de desempregados, caminhando para casa dos 12 milhões, bendita eleições de outubro que, mesmo momentaneamente, colocam no mercado de trabalho um montão de gente, carregando cartazes, bandeirolas, santinhos e fazendo claque nos comícios, bares e avenidas com gritos do "já ganhou". E os indefectíveis carros de som, animando a massa desde as primeiras horas da manhã até o cair do sol.
Gente vendendo esperança em dias melhores. Certamente, votarão em seus candidatos mesmo que só o tenha visto de longe ou em um rápido aperto de mão no comitê eleitoral, no meio de um cafezinho de garrafa térmica e um sanduba de queijo prato.
E esse ou essa guerreira cabo eleitoral irá multiplicar os votos do candidato, com seus colegas formiguinhas, caçadores de voto.
Quem falou em compra de votos?
Isso era no tempo que o candidato podia subir o morro, sem ser posto para correr pelo exército alternativo, e inaugurar uma simples bica de água.
Agora, felizmente, isso não é mais preciso. O candidato vai direto à fonte. (Mauricio Figueiredo)

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