Confesso que, por desinteresse, deixei de atentar para o entorno da tocha. Acreditei que, pela cobertura da Globo, em 360 graus, tudo era BRA de Bradesco; inclusive a fatura. Portanto, qual não foi meu espanto ao ver estampada a notícia de que o prefeito de Araruama aceitara pagar, com o meu dinheiro de contribuinte (dinheiro esse que é escasso para suprir de remédios, apenas como exemplo, as prateleiras da Saúde Pública), 180 mil reais, para que a tocha passasse por aqui. Fosse esse apenas uma das pisadas na bola desta administração, eu diria que houve erro de avaliação. Mas, pelo conjunto da obra, esta administração, que engloba Executivo e Legislativo (o ativo e os passivos) é mais do que apenas incompetente. Por conta disso, além de registrar aqui a minha indignação quanto ao mau uso do dinheiro público, deixo a pergunta: o que a Justiça, última fronteira antes q se chegue ao descalabro total, tem a dizer sobre isso? Será que o município está em dia com suas obrigações como gestor da Saúde Pública? Não existiriam, por exemplo, determinações judiciais pendentes ainda, sob alegação de falta de recursos? Pode parecer aos q não acompanham meus comentários, que sou só mais uma voz oposicionista, nestes tempos eleitorais, pegando carona em um fato para constranger o prefeito. Pelo contrário. Como contribuinte, gostaria de estar elogiando as obras da atual administração que, espalhadas por todos os distritos, estariam mudando a cara e acrescentando qualidade de vida para a cidade. E seria disso que eu estaria falando. Porém, nos acordes finais da Ópera do Malandro (pedindo licença ao Chico pelo uso indevido de uma obra sua), até eu, que não esperava nada, saio achando que me ofereceram menos ainda.
* Carlos Ney é escritor e jornalista
* Carlos Ney é escritor e jornalista
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