Mauricio Figueiredo

Educação, recursos humanos e o melhor do et cetera

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Dia do Estudante,

 Rede estadual de ensino reúne histórias de garra e superação
Data foi criada durante as comemorações dos 100 anos de inauguração das duas primeiras faculdades do Brasil
Quem quiser assistir novamente aos melhores momentos da abertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016 poderá encontrar Caio César dos Santos Corrêa, aluno da 3ª série do Ensino Médio, do Ciep 166 - Abílio Augusto Távora, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. O jovem, de 18 anos, apareceu em dois momentos: na contagem regressiva e representando a arte e a dança popular, em trajes coloridos. 
Morador de Nilópolis, Caio não esconde sua alegria em ter participado do maior evento esportivo do mundo, representando sua escola e seus familiares. Integrante ativo do Programa Transforma Educação, uma iniciativa do Comitê Rio 2016 em parceria com a Secretaria de Estado de Educação (Seeduc), agarrou a oportunidade quando soube que haveria uma chance de estar entre um seleto grupo. 
– Sempre que há uma novidade, um projeto, a direção da minha escola coloca no mural e avisa nas salas. Eu sempre quero participar de tudo e ainda tento incentivar meus colegas para que também participem comigo. O fato de a escola me dar esse impulso é uma coisa muito boa –ressaltou. 
O laboratório de informática do próprio Ciep foi o local utilizado para fazer a inscrição. 
– As diretoras, mesmo quando estavam ocupadas, nunca me deixaram sozinho. Sempre paravam o que estavam fazendo para me ajudar com os documentos que eu tinha que levar para o Comitê. Só tenho a agradecer a Deus e a minha escola por tudo o que estou sentindo – disse. 
Com desenvoltura durante a entrevista de seleção, Caio falou sobre sua aptidão no cenário artístico, por já ter estudado teatro por dois anos. 
– Quando recebi o e-mail, agradeci a Deus e à escola, e chorei. Meus colegas acharam que fosse mentira – falou emocionado. 
Dedicado, participou de três meses de ensaios para fazer bonito diante de milhões de espectadores. 
– Ele representa a diferença que uma escola faz na vida de seus alunos que abraçam as oportunidades, e representou nossa escola na Abertura das Olimpíadas Rio 2016 com toda garra e entusiasmo! Uma escola que não faz a diferença na vida de seus alunos, que não deixa um legado, que não transforma vidas, não cumpriu seu papel – afirmou, com orgulho, a diretora geral do Ciep 166, Elaine Cristina de Souza. 
Caio não esconde seu interesse pela área de educação e já almeja se tornar professor de Artes. Na unidade escolar, ele já demonstra o gosto pelo magistério ficando até depois da aula para incentivar nos colegas o prazer pela leitura. 
– Sei que posso chegar ainda mais longe. Meu sonho é ser professor de Artes e de Teatro. Por isso, estou estudando bastante para o Enem. Eu quero voltar ao Ciep como professor – anunciou Caio, que também o orgulho da avó, Celma Lúcia Ferreira dos Santos, que o cria desde um ano de idade. 
Se você não conseguiu ver o Caio na abertura, prepare-se para encontrá-lo no encerramento dos Jogos Olímpicos. Ele também estará presente nos Jogos Paralímpicos.
Lara Valentim é ouro
Outra aluna que também faz a diferença é Lara Valentim Vale, da 2ª série do Ensino Médio do Colégio Estadual Dr. Miguel Couto Filho, em Varre-Sai. Em 2010, com apenas 10 anos de idade, teve seu primeiro contato com o atletismo durante os Jogos Estudantis. 
A partir daí, a corrida passou a ser a grande paixão da jovem de 16 anos, e logo começou a treinar e ganhar medalhas em diferentes provas. Só que o maior reconhecimento veio com as maratonas de rua, nas corridas longas. Já na primeira competição, em 2014, Lara foi campeã em Itaperuna e, na semana seguinte, venceu novamente no distrito de Raposo, no mesmo município. 
Daí para frente, o caminho percorrido foi de vitórias em sua faixa-etária, até mesmo em outros estados, sempre com o apoio de seu treinador Antônio Carlos dos Santos, mais conhecido como “Popó”. A conquista mais recente aconteceu em fevereiro deste ano, quando Lara ficou entre os 10 melhores na Copa Estadual Caixa de Cross Country, na prova de 4 km. 
Ela conta que vida de atleta não é fácil, mas é possível conciliar treinamento com os estudos. 
– Treino seis vezes por semana de manhã, estudo à tarde e, à noite, faço curso de inglês e redação e academia – fã de Vanderlei Cordeiro de Lima, que acendeu a Pira Olímpica no Maracanã, e do atleta de longa distância Mo Farah. 
Temporariamente afastada das pistas e das ruas para tratamento de saúde, Lara não pensa em desistir. Ela manda um recado para quem tem vontade de ingressar no mundo dos esportes. 
– Sempre estimulo quem está a minha volta, porque o ritmo é cansativo. Faço muitas amizades e digo para que não desistam. Até meu namorado começou a correr por minha causa. Qualquer pessoa é capaz de fazer um esporte. Eu recomendo a corrida porque não limita a idade e pode acontecer em qualquer lugar – concluiu Lara, que, além de atleta, foi eleita Garota Festival do Vinho, em Varre-Sai.




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