Mauricio Figueiredo

Educação, recursos humanos e o melhor do et cetera

terça-feira, 29 de abril de 2014

Proeis completa dois anos na rede estadual de ensino

Policiais vão além do trabalho preventivo

O Programa Estadual de Integração de Segurança (Proeis) nas unidades escolares do Estado completou dois anos e tem alimentado a esperança de inúmeros adolescentes que sonham com o futuro profissional.

Já são 292 colégios que contam com o Proeis. Os policiais só passam a fazer o trabalho após solicitação da direção escolar. No início do projeto, em 2012, eram apenas 90 unidades beneficiadas.

- O funcionamento das unidades escolares, a frequência dos alunos e o rendimento estão diretamente ligados à garantia da segurança nos estabelecimentos de ensino – destacou Maria Carolina Maia, diretora administrativa da Regional II.

Atualmente, 934 Policiais Militares fazem a segurança dentro e no entorno das unidades. Para o subtenente Silva, que trabalha há dez anos com ronda escolar e supervisiona o Proeis em cerca de 40 escolas, o trabalho educativo não se limita à sala de aula. E o Proeis tem uma grande responsabilidade nesse processo, que ajuda, ainda, a suprir uma carência de informação e, principalmente, de atenção por parte dos estudantes.

- A escola é um ambiente de aprendizagem. Mas o conhecimento não é adquirido apenas com o professor, toda a comunidade escolar tem um papel fundamental na formação dos alunos. Como eles carecem de informação e atenção, a direção; os professores; nós, policiais; e todos os envolvidos passam a ser um referencial. E é nesse momento que nos sentimos parte integrante da educação, somos agentes de transformação social – explicou o subtenente Silva.

O sargento Rodrigues, que também atua junto ao Proeis, explica que o trabalho dos policiais vai além da segurança, pontuando um caso que presenciou em uma das unidades escolares do Estado.


- Além de militares, somos seres humanos, somos pais de família, queremos o melhor para nosso país. No ano passado, uma escola estava promovendo um passeio ciclístico e um dos alunos estava chorando por não participar, pois não tinha bicicleta. Por coincidência, um tempo antes, eu havia ganhado uma bicicleta em um sorteio e não tive a menor dúvida em presenteá-lo. O garoto ficou muito feliz – contou sargento Rodrigues.

O Proeis
O objetivo do programa é reforçar a segurança escolar, tanto de alunos, professores e servidores administrativos, como também do patrimônio dos estabelecimentos de ensino. Essa iniciativa da Secretaria de Estado de Educação teve como base a pesquisa encomendada, ainda em 2011, buscando identificar percepções e expectativas de alunos, pais e responsáveis da rede estadual de ensino.

A partir desse levantamento, avaliando as necessidades da rede e os amparos legais, a Seeduc investe na prevenção e garantia da segurança escolar. Os profissionais trabalham fardados, utilizando as horas de folga do serviço regular na PM, em um regime de revezamento que garante a segurança nas unidades.

Os policiais não revistam alunos, apenas em casos extremos e limites, e mesmo assim com o acompanhamento e orientação da direção do colégio. É importante destacar que a atuação junto aos alunos é de responsabilidade dos professores, direção, orientadores pedagógicos e equipe escolar.

Ter segurança nas escolas foi uma demanda de alunos, professores e pais. E a medida tem o amparo legal, tanto de acordo com a Constituição Federal (artigos 5º e 144) quanto pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (artigos 2º, 3º, 4º, 5º, 15, 16, 17 e 18).

Atualmente, o programa atende cerca de 250 mil alunos 22 mil servidores em 37 municípios do Estado. As escolas são escolhidas de acordo com o histórico de delitos registrados no dia a dia, como invasão para uso de quadras esportivas, piscinas e para consumo de drogas no pátio, brigas entre alunos, roubos e furtos, e a partir de informações e solicitações dos diretores.

- O CE Alecrim, em São Gonçalo, foi uma das primeiras escolas a receber o programa. Sem dúvida o Proeis nos deixou mais seguros, principalmente por a escola estar localizada em uma área mais afastada, isolada. A presença do policial inibe a ação das pessoas que querem fazer algo errado. Nem chega a acontecer. O nosso índice de evasão é zero – explicou Patrícia Paiva, coordenadora pedagógica do colégio.

O Termo de Cooperação do Programa Estadual de Integração de Segurança (Proeis) foi firmado em maio de 2012 pelas Secretarias de Estado de Educação e Segurança e pelo Comando Geral da Polícia Militar.

O PM adere ao Proeis voluntariamente, podendo ganhar até R$ 2.100 mensais caso trabalhem os nove turnos de 12h permitidos no Proeis. A escala é elaborada especialmente para não onerar a saúde física nem prejudicar o plantão dos policiais no batalhão, sendo esta atuação garantida por lei. Nesses dois anos, o programa já conta, ao todo, com mais de seis mil policiais militares inscritos.

Além da aptidão física, para se inscrever no Proeis, o policial militar deverá atender a uma série de exigências de conduta e comportamento, entre elas: ter concluído com sucesso o curso de formação ou aperfeiçoamento exigido para o exercício das funções atinentes aos seus círculos hierárquicos; não estar em gozo de licença; não responder a processos ou sindicâncias administrativas.

Pedagógico
Levantamento feito pela Secretaria de Estado de Educação em escolas que contam com o Proeis mostra que 57% das unidades escolares contempladas com o programa apresentaram melhoria no rendimento e na assiduidade dos alunos.
Em Português, de acordo com o Saerjinho, 57% das escolas avaliadas apresentaram melhoras; 38% ficaram estáveis; e 5% caíram. Já em Matemática, a situação permaneceu a mesma, com 93% dos colégios mantendo a nota; 3% melhoraram e 4% tiveram alguma piora. A participação dos estudantes cresceu, de 70% para 75%.

Ascom - Secretaria de Educaç

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