Policiais vão além do trabalho preventivo
O
Programa Estadual de Integração de Segurança (Proeis) nas unidades
escolares do Estado completou dois anos e tem alimentado a esperança de
inúmeros adolescentes que sonham com o futuro profissional.
Já
são 292 colégios que contam com o Proeis. Os policiais só passam a
fazer o trabalho após solicitação da direção escolar. No início do
projeto, em 2012, eram apenas 90 unidades beneficiadas.
-
O funcionamento das unidades escolares, a frequência dos alunos e o
rendimento estão diretamente ligados à garantia da segurança nos
estabelecimentos de ensino – destacou Maria Carolina Maia, diretora
administrativa da Regional II.
Atualmente,
934 Policiais Militares fazem a segurança dentro e no entorno das
unidades. Para o subtenente Silva, que trabalha há dez anos com ronda
escolar e supervisiona o Proeis em cerca de 40 escolas, o trabalho
educativo não se limita à sala de aula. E o Proeis tem uma grande
responsabilidade nesse processo, que ajuda, ainda, a suprir uma carência
de informação e, principalmente, de atenção por parte dos estudantes.
-
A escola é um ambiente de aprendizagem. Mas o conhecimento não é
adquirido apenas com o professor, toda a comunidade escolar tem um papel
fundamental na formação dos alunos. Como eles carecem de informação e
atenção, a direção; os professores; nós, policiais; e todos os
envolvidos passam a ser um referencial. E é nesse momento que nos
sentimos parte integrante da educação, somos agentes de transformação
social – explicou o subtenente Silva.
O
sargento Rodrigues, que também atua junto ao Proeis, explica que o
trabalho dos policiais vai além da segurança, pontuando um caso que
presenciou em uma das unidades escolares do Estado.
-
Além de militares, somos seres humanos, somos pais de família, queremos
o melhor para nosso país. No ano passado, uma escola estava promovendo
um passeio ciclístico e um dos alunos estava chorando por não
participar, pois não tinha bicicleta. Por coincidência, um tempo antes,
eu havia ganhado uma bicicleta em um sorteio e não tive a menor dúvida
em presenteá-lo. O garoto ficou muito feliz – contou sargento Rodrigues.
O Proeis
O
objetivo do programa é reforçar a segurança escolar, tanto de alunos,
professores e servidores administrativos, como também do patrimônio dos
estabelecimentos de ensino. Essa iniciativa da Secretaria de Estado de
Educação teve como base a pesquisa encomendada, ainda em 2011, buscando
identificar percepções e expectativas de alunos, pais e responsáveis da
rede estadual de ensino.
A
partir desse levantamento, avaliando as necessidades da rede e os
amparos legais, a Seeduc investe na prevenção e garantia da segurança
escolar. Os profissionais trabalham fardados, utilizando as horas de
folga do serviço regular na PM, em um regime de revezamento que garante a
segurança nas unidades.
Os
policiais não revistam alunos, apenas em casos extremos e limites, e
mesmo assim com o acompanhamento e orientação da direção do colégio. É
importante destacar que a atuação junto aos alunos é de responsabilidade
dos professores, direção, orientadores pedagógicos e equipe escolar.
Ter
segurança nas escolas foi uma demanda de alunos, professores e pais. E a
medida tem o amparo legal, tanto de acordo com a Constituição Federal
(artigos 5º e 144) quanto pelo Estatuto da Criança e do Adolescente
(artigos 2º, 3º, 4º, 5º, 15, 16, 17 e 18).
Atualmente,
o programa atende cerca de 250 mil alunos 22 mil servidores em 37
municípios do Estado. As escolas são escolhidas de acordo com o
histórico de delitos registrados no dia a dia, como invasão para uso de
quadras esportivas, piscinas e para consumo de drogas no pátio, brigas
entre alunos, roubos e furtos, e a partir de informações e solicitações
dos diretores.
-
O CE Alecrim, em São Gonçalo, foi uma das primeiras escolas a receber o
programa. Sem dúvida o Proeis nos deixou mais seguros, principalmente
por a escola estar localizada em uma área mais afastada, isolada. A
presença do policial inibe a ação das pessoas que querem fazer algo
errado. Nem chega a acontecer. O nosso índice de evasão é zero –
explicou Patrícia Paiva, coordenadora pedagógica do colégio.
O
Termo de Cooperação do Programa Estadual de Integração de Segurança
(Proeis) foi firmado em maio de 2012 pelas Secretarias de Estado de
Educação e Segurança e pelo Comando Geral da Polícia Militar.
O
PM adere ao Proeis voluntariamente, podendo ganhar até R$ 2.100 mensais
caso trabalhem os nove turnos de 12h permitidos no Proeis. A escala é
elaborada especialmente para não onerar a saúde física nem prejudicar o
plantão dos policiais no batalhão, sendo esta atuação garantida por lei.
Nesses dois anos, o programa já conta, ao todo, com mais de seis mil
policiais militares inscritos.
Além
da aptidão física, para se inscrever no Proeis, o policial militar
deverá atender a uma série de exigências de conduta e comportamento,
entre elas: ter concluído com sucesso o curso de formação ou
aperfeiçoamento exigido para o exercício das funções atinentes aos seus
círculos hierárquicos; não estar em gozo de licença; não responder a
processos ou sindicâncias administrativas.
Pedagógico
Levantamento
feito pela Secretaria de Estado de Educação em escolas que contam com o
Proeis mostra que 57% das unidades escolares contempladas com o
programa apresentaram melhoria no rendimento e na assiduidade dos
alunos.
Em Português, de acordo
com o Saerjinho, 57% das escolas avaliadas apresentaram melhoras; 38%
ficaram estáveis; e 5% caíram. Já em Matemática, a situação permaneceu a
mesma, com 93% dos colégios mantendo a nota; 3% melhoraram e 4% tiveram
alguma piora. A participação dos estudantes cresceu, de 70% para 75%.
Ascom - Secretaria de Educaç
Nenhum comentário:
Postar um comentário