Em reunião
no dia 27/3, o Conselho Universitário (Consuni) da UFRJ aprovou a
criação do Ano da Memória e Verdade da universidade, compreendido entre
os dias 1º/4 de 2014 e de 2015. Um selo especial foi tornado público na
semana passada, para marcar o período, que terá ações coordenadas pela
Comissão da Memória e Verdade da UFRJ.
Lançado
justamente no dia 1º/4, data em que se completaram os 50 anos do golpe
militar no país, o selo do Ano da Memória e Verdade da UFRJ, de acordo
com a resolução nº03/2014 do Consuni, deverá constar em todos os
cartazes, páginas da internet e meios de divulgação e comunicação em
geral da universidade.
A decisão
do Consuni referendou a medida aprovada na sessão de 18/3 do Conselho
Superior de Coordenação Executiva (CSCE) da UFRJ e contribuirá para
destacar, na universidade, diversas ações voltadas para discutir o
período obscuro, de graves violações de direitos na sociedade brasileira
e nas instituições universitárias.
De acordo
com o coordenador da comissão, professor Carlos Vainer, a universidade
não ficou incólume no período e sofreu com a perseguição a muitos de
seus professores, pesquisadores, estudantes e servidores
técnico-administrativos.
“Na UFRJ,
muitos foram os estudantes assassinados e desaparecidos pelo brutal
regime. Muitos foram os professores cassados e proibidos de ensinar e
pesquisar”, informou.
No documento que enviou ao CSCE propondo a criação do Ano da Memória e Verdade da UFRJ, Vainer assinalou que as heranças do regime são muitas e graves.
No documento que enviou ao CSCE propondo a criação do Ano da Memória e Verdade da UFRJ, Vainer assinalou que as heranças do regime são muitas e graves.
“O Estado brasileiro ainda não passou a limpo este período. Sobrevive
uma inaceitável condescendência com os responsáveis por crimes de
lesa-humanidade e se verifica leniência na eliminação dos resquícios do
autoritarismo presentes em nosso aparato institucional (e.g. Lei de
Segurança Nacional)”, diz a carta.
“Práticas
abusivamente violentas do aparelho policial e policial-militar denunciam
a herança perversa. Tortura-se e mata-se impunemente nas delegacias
policias. O direito à livre manifestação e expressão sofre graves
ameaças”, continua.
Atualmente,
a Comissão da Memória e Verdade da UFRJ trabalha na investigação de
documentos e relatos sobre o regime militar e sua relação com a
universidade.
Com
objetivo de esclarecer a história do período, as ações e atividades
desenvolvidas pela comissão têm buscado identificar, publicizar e
reparar violências e atentados ao saber e aos direitos dos cidadãos que
viveram no período.
Confira aqui as marcas para aplicação em peças de divulgação.
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