Mauricio Figueiredo

Educação, recursos humanos e o melhor do et cetera

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Pendurar as chuteiras


Há horas em que as pessoas devem estar preparadas para a mudança. Ela se torna difícil, sobretudo, quando o trabalho que vem sendo realizado é feito com um relativo sucesso. O jogador de futebol Fábio Luciano é um dos exemplos mais recentes de um caso de quem teve de decidir a hora certa de parar.
Ele pendura as chuteiras justamente no auge de sua carreira, quando se consagra como tricampeão pelo Flamengo. Houve pedido de dirigentes, de torcedores e dos próprios colegas para que continuasse jogando. A decisão já tinha sido tomada, mas a pressão para que continuasse era grande.
Muitos em seu lugar decidiriam prolongar um pouco mais a carreira, com a alegação tradicional de que “se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, diga ao povo que fico”.
Mas Fábio Luciano não repetiu o gesto de Dom Pedro I. Levou sua promessa adiante e parou de vez como jogador profissional. Terá agora mais tempo para curtir a família, para viajar e para começar uma nova profissão, talvez ligada ao esporte, no qual adquiriu uma larga experiência, entre elas, o bom senso de saber parar. De saber que o estado do corpo – que declina com a idade – não pode ser comandado pela emoção do coração. Tomar decisões, como sair de um emprego, mudar de profissão, trocar de curso na universidade é um ato de coragem. Fábio Luciano é um exemplo para muitos.

2 comentários:

  1. Muito boa a matéria, Maurício. Sem dúvida, o Fábio Luciano soube parar por cima.
    Um abraço,
    Rafael

    ResponderExcluir
  2. Que bom ver que, em tempos onde os jogadores são manchetes por seus escândalos ou suas opções pessoais, um deles é notícia porque tomou uma decisão acertada. Sem dúvida, a decisão deve ter levado em conta as questões sobre "a hora certa de parar", mas duvido que também não tenham ocorrido os conflitos emocionais. Temos sorte quando a razão, pacífica e equilibrada, vence dentro de nós! Ela trará benefícios para ele ao longa da vida, por ter a memória preservada como um bom jogador.

    ResponderExcluir