Mauricio Figueiredo

Educação, recursos humanos e o melhor do et cetera

sexta-feira, 1 de maio de 2009

1º de Maio


É a choradeira de sempre. A cada feriado uma turminha que tem se dado bem na vida reclama do povão estar passando a perna na Pátria Amada, ficando de papo pro ar, queimando carvão em churrasco, olhando as nuvens no céu, gelando a garganta na praia, dormindo o dia inteiro e por aí vai.

Economistas (cada vez existem mais) e outros especialistas aparecem na mídia falando dos prejuízos que os feriados causam aos comerciantes, aos banqueiros e aos patrões em geral. Falam da queda do PIB, do ICM, do Imposto de Renda e de tudo o mais.

Da incrementação do turismo, do aumento no consumo de bebidas em geral, da batucada nos fundos de quintais, do incremento de se jogar conversa fora, de se dar um tempo para se esquecer da barra pesada do dia a dia e dos baixos salários do país rico com povo pobre, ninguém comenta.

Muitos papagaios, como antigos capatazes da fazenda, também fazem coro aos que acham que há feriados de mais. É por essa e por outras que nossos pobres congressistas estão sendo perseguidos. Há uma turma com grande obsessão pelo batente. São os que os ingleses e norte-americanos chamam de wollyworks e que os portugueses chamam simplesmente de CDFs.

Feriados significam menos poluição na cidades; menos lixos; menos contaminação; menos aglomeração; e mais comunhão na família e entre amigos.

Há coisas que o dinheiro não pagam, como já dizia o velho comercial...

Os: Um beijo especial para Ciça que nasceu em um 1º de Maio, no clima pesado de uma bomba que ameaçava estourar no RioCentro. Um tempo em que se tentava impedir o surgimento de um novo dia. Certamente, com mais feriados e menos trabalho-escravo.

 

 que trabalho é esse?

 

Em homenagem aos leitores do blog, uma composição de Zorba Devagar e Micau (e é claro, com a suavidade do cantar de Paulinho da Viola). São coisas que não contam no PIB, mas pesam muito no Produto Interno da Felicidade (PIF).

 

Que Trabalho é Esse?

Que trabalho é esse
Que mandaram me chamar
Se for pra carregar pedra
Não adianta, eu não vou lá

Quando chego no trabalho
O patrão vem com aquela história
Que o serviço não está rendendo
Eu peço minhas contas e vou-m'embora
Quando falo no aumento
Ele sempre diz que não é hora

Veja só meu companheiro
A vida de um trabalhador
Trabalhar por tão pouco dinheiro
Não é mole, não senhor
Pra viver dessa maneira
Eu prefiro ficar como estou

Todo dia tudo aumenta
Ninguém pode viver de ilusão
Assim eu não posso ficar, meu compadre
Esperando meu patrão
E a família lá casa sem arroz e sem feijão
Como é que fica!

É mestre(?) Madeira(???)
Só ficou faltando você
E aquele Adolfo
E aquele sapateado
E aquele sorriso, né?
Mas não tem nada, não...


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