No Brasil, políticas de afirmação social e racial como a das cotas nas universidades recebem todo tipo de crítica tanto da minoria elitizada e inserida (no contexto, como se dizia no passado) socialmente como, também, de muitos negros não conscientizados do processo de Abolição da Escravatura no país. A política afirmativa americana colocada em prática no governo Kennedy, como uma das estratégias de inserção social do negro, permitiu em um pequeno espaço de tempo a formação de uma sólida classe média negra no país. Isso se reflete em toda a camada social, desde os cargos Executivos, empresariais, universitários, militares, etc e tal, sem falar na área esportiva e cultural, especialmente no cinema, música e indústria do entretenimento. Essa ascensão social do negro (já que a affirmation é uma política temporária) fez com que a Suprema Corte, depois disso começasse o processo de desaceleração da política de cotas.
No Brasil, no entanto, sequer essa tentativa recebe o respaldo da sociedade. O país que foi gentil com a imigração européia (espanhóis, italianos) e asiática (japoneses, etc) continua fechando as portas da ascensão social aos seus negros.
Ao contrário dos Estados Unidos, em que os negros são uma minoria, o Brasil é, atualmente, o maior país em número de negros no mundo, só perdendo para a Nigéria.
Aqui, como no passado, os negros continuam sendo exterminados na guerra urbana dos excluídos socialmente ou trancafiados nos nossos presídios de “insegurança máxima”. Nos presídios os negros têm a cota garantida. Neles são a imensa maioria.
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