Tenho a impressão que o Brasil caminharia muito melhor em Educação se extinguisse o Ministério que dá nome à Pasta. Em um país gigantesco como o nosso o MEC parece um enorme elefante sem a agilidade que o país precisa e pior que tudo fruto da ação nefasta de políticos que de paraquedas caem em seu comando.
Na ditadura já foi comandado por um general (Ludwig) e com relativo sucesso, pois teve o mérito de na marra conseguir as verbas para a área que viviam congeladas. Também se promoveu a primeira grande reforma do ensino com a instituição da Lei 5.692 que fixou o ainda hoje existente núcleo comum do ensino médio. Em contrapartida, mandou-se para o espaço disciplinas como Desenho, Descritiva, Música, Artes entre outras. Descritiva por exemplo é disciplina que ajudaria muito a melhoria do alunado em cursos como Engenharia e Arquitetura.
Depois tentou-se à toque de caixa como se faz agora no governo Temer se implantar o ensino profissionalizante obrigatório, o que resultou em retumbante fracasso.
Hora o ensino profissionalizante caminha no ritmo do próprio desenvolvimento da indústria, comércio e área de serviços e escolas do sistema S, além das técnicas federais, entre outras já suprem de forma conveniente o mercado de trabalho. Por sinal, no momento estagnado com nosso exército de 12 milhões de empregados.
Não é a formação de profissionais que expande o mercado e sim o contrário.
Ninguém é bobo de perder tempo em um ensino técnico meia boca para depois não encontrar mercado de trabalho. Quem quer seriamente ingressar no mercado de trabalho, no caso do Rio, faz o difícil e disputado concurso de admissão para o CEFET. Lá, antes mesmo de concluir o curso já é disputado a peso de ouro pelas principais empresas. É como o Barcelona fez com o Neymar e outros craques do futebol.
Nos anos 60, quando o MEC não se metia tanto na Educação brasileira, o Rio desencadeou um processo de renovação em suas escolas de ensino médio. Foram experiências renovadoras como as Enéas Martins de Barros, no Visconde de Cairu no Méier e Henriete Amado, no André Maurois, no Leblon, entre outros estabelecimentos, com grande participação de coordenadores, professores e dos próprios estudantes. Foi o movimento militar que de uma leva só botou para correr os diretores nomeando interventores para os lugares e o projeto foi para o beleléu.
Na área de Educação Física, um jovem professor chamado Admildo Chirol, que atuava no Botafogo, e, posteriormente na seleção brasileira de futebol, teve a percepção de separar entre centenas de garotos que preguiçosamente iam para as aulas de ginástica, mal alimentados, sonolentos ou mortos de fome conforme o horário, utilizando péssimas instalações de banheiros onde se tomava banho em espécie de canos de água, correndo para não perder o tempo de aula regular de outras disciplinas, aqueles realmente vocacionados para a atividade.
Ele formou um grupo de 40 garotos que praticavam variadas atividades físicas, incluindo acrobacias. O colégio formou equipes competitivas de futebol de salão, vôlei e basquete. Ou seja, priorizou-se a turma com maior habilidade e aptidão. O mesmo ocorria em outras áreas como a Música, com coral no comando do professor Penna Firme e banda de música do maestro Fidélis. O colégio anteriormente era chamado industrial, mas o maquinário foi deixado de lado virando sucata.
"Os meninos do Chirol" como em tom pejorativo eram apelidados pelos demais garotos que não tinham vaga no seleto grupo, certamente ganharam potencial, caso quisessem de seguir algum esporte ou atividade física. O maior destaque foi Nei Conceição que o próprio Chirol levou para ser um meio de campo de destaque na equipe profissional do seu Botafogo.
Com professores motivados e autonomia para as próprias escolas, a Educação brasileira vai mais longe do que com qualquer reforma feita em laboratórios em conluio entre políticos e pessoal de gabinete. (Mauricio Figueiredo)
Mauricio Figueiredo
Educação, recursos humanos e o melhor do et cetera
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