Em seu novo livro, o trigésimo de sua carreira, Flávio Gikovate reafirma que sexo e amor são dois impulsos autônomos e sublinha a associação entre sexualidade e agressividade. Retomando do zero as reflexões sobre o tema, ele põe de lado os preconceitos e repensa diversos mitos e meias-verdades, abordando questões polêmicas.
Em pleno século XXI, existe ainda muita polêmica em torno da questão sexual, mostrando que ela continua mal equacionada e mal resolvida. Na obra Sexo (208 p., R$ 45,80), lançamento da MG Editores, o leitor é convidado a rever todas as ideias estabelecidas acerca da sexualidade e aprimorar a forma de pensar sobre a vida e a condição humana. Nessa imersão, Gikovate revela como reflexões equivocadas sobre o tema têm produzido consequências negativas, aumentando a cada dia o número de pessoas deprimidas e infelizes, frustradas, mesmo vivendo em condições privilegiadas. Para evoluir, ele propõe, entre outros caminhos, relativizar a importância do desejo e buscar parceiros com quem tenhamos mais afinidade de sentimentos e ideias. O caminho de evolução é longo, mas é preciso dar passos para que, no futuro, tenhamos uma sociedade menos consumista, menos violenta e mais equilibrada. O lançamento acontece no dia 28 de agosto, sábado, às 11h, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, com palestra do autor no Teatro Eva Herz.
Ao destrinchar o tema sexo, Gikovate fecha um ciclo de pensamento acerca da evolução humana descritos inicialmente nos livros O mal, o bem e mais além – Egoístas, generosos e justos (MG Editores, 2005) e Uma história do amor...Com final feliz (MG Editores, 2008). No primeiro, ele defende a necessidade de encontrar um ponto de equilíbrio entre o egoísmo e a generosidade para evoluir na vida afetiva, pessoal, familiar e social. O passo seguinte, tema do segundo livro, é reinventar o processo de relacionamento de longa duração. O adulto moderno, segundo ele, está diante de duas opções, ambas muito melhores do que a relação possessiva do amor convencional: viver só, estabelecendo vínculos afetivos e eróticos mais superficiais; ou formar laços que respeitem a individualidade.
Dessa vez, a proposta é rever conceitos e pensar com seriedade sobre a sexualidade, despojando-se de todo o tipo de ideia preconcebida. “Isso é muito difícil, já que o sexo sempre foi, ao longo de toda nossa história, um dos temas mais regulamentados”, diz. Gikovate lembra que vivemos uma época em que os limites impostos à sexualidade são mínimos em comparação ao que acontecia há 50 anos. O tabu que impunha a virgindade feminina até o casamento, por exemplo, evaporou poucos anos depois do surgimento da pílula anticoncepcional. À primeira vista, diz ele, a impressão é a de que os preconceitos diminuíram. “Mas ainda falta muito para nos livrarmos dos preconceitos que circulam em torno do sexo e de sua prática”, afirma.
Por isso, Gikovate se propõe a analisar profundamente diversos fenômenos ligados à sexualidade humana, como a agressividade, a vaidade e os jogos de poder envolvidos na prática da sedução. Ao longo do livro, ele mostra que o sexo é motivo de enormes preocupações: dúvidas sobre a competência sexual, a capacidade de agradar eventuais parceiros e o desejo de corresponder aos padrões da sociedade em relação à aparência física, entre outras aflições. “Tenho conhecido poucas pessoas satisfeitas com o que têm em todos os quesitos valorizados pela cultura contemporânea”, complementa.
O psicoterapeuta mostra que somos criaturas conservadoras e tendemos a nos apegar a nossos velhos pontos de vista e a rejeitar tudo o que é novo, principalmente quando o assunto é sexo. Existem crenças que vêm de longe, fruto da tradição religiosa e dos preconceitos mais tradicionais. E outras que são mais recentes, vindas, por exemplo, do pensamento psicanalítico que se estabeleceu ao longo do século XX. “Assim, sexo e amor continuam a ser entendidos como parte do mesmo impulso instintivo, quando, na verdade, são impulsos autônomos – e não raramente antagônicos”, explica o autor.
O livro traz também reflexões sobre a vaidade, que Gikovate classifica como prazer erótico de se exibir e despertar algum sinal de admiração, e sobre as diferenças entre desejo e excitação. Ele propõe reconsiderar a louvação atual do desejo, posto que ele está a serviço da valorização do sexo casual, da preservação do egoísmo e da imaturidade emocional. Ele fala também sobre a associação entre a sexualidade e a agressividade, especialmente nos homens, e o surgimento da indústria pornográfica.
Nos capítulos sobre a homossexualidade masculina e feminina, Gikovate trata dos elementos biológicos, psicológicos e culturais que envolvem a questão. Para ele, os preconceitos sociais relacionados com a intimidade física entre duas mulheres é muito menor do que o existente entre dois homens.
As condições para um efetivo relacionamento interpessoal, segundo o psicoterapeuta, só acontecem quando existe um envolvimento sentimental que pode ser acoplado ao sexo. Nesse caso, diz ele, o sexo se torna secundário. “No mundo do desejo ele é protagonista”, conclui.
O autor - Flávio Gikovate é médico psiquiatra formado pela USP em 1966. Trabalha com psicoterapia breve, tendo atendido mais de oito mil pacientes. É conferencista e autor consagrado, com várias obras publicadas – inclusive no exterior –, que somam quase 1 milhão de livros vendidos.
Título: Sexo
Autor: Flávio Gikovate
Editora: MG Editores
Preço: R$ 45,80
Páginas: 208
ISBN: 978-85-7255-064-2
Atendimento ao consumidor: (11) 3865-9890
Site: www.mgeditores.com.br
Lançamento: 28 de agosto, sábado,11 hr, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional – Teatro Eva Herz (Av. Paulista, 2073)
Mauricio Figueiredo
Educação, recursos humanos e o melhor do et cetera
terça-feira, 17 de agosto de 2010
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