Há uma canção de Belchior, na qual o autor afirma que “apesar de tudo continuamos os mesmos e vivemos como nossos pais”. Essa pode ser a trilha sonora de parte da atual geração estudantil que continua mantendo a tradição troglodita dos trotes aplicados, muitas vezes de maneira grotesca e mesmo violenta aos calouros.
O episódio que envolveu uma caloura na Universidade Fluminense entra no rol de muitos dos que acabam sendo assunto para uma “comissão de inquérito”, na qual, como na velha política acaba sempre em pizza.
O que a universidade e os próprios estudantes, a partir de suas lideranças lúcidas (e nesse caso a UNE , diretórios e CAs não podem ser omissos) deveria colocar em prática, imediata, é o fim a essa forma ultrapassada de recepcionar os novatos.
No Rio, estudantes com o corpo coberto de tinta disputam nas ruas da cidade um “trocado” na companhia de mendigos e crianças abandonadas, em um espetáculo ridículo que depõe contra o próprio conceito de ensino superior.
Incomodar os transeuntes para arrecadar recursos para as “chopadas” dos veteranos é algo sem o menor sentido.
Melhor fariam se discutisse a qualidade do ensino superior; a necessidade de mais verbas para a educação e a melhor aplicação dos recursos existentes. Melhor fariam se discutissem a luta pela moralização da política partidária.
Mas os jovens – parte deles, felizmente – preferem perambular pelas ruas da cidade (coagidos ou não pelos veteranos) perpetuando um modelo autoritário que já deu o que tinha de dar.
“Continuam os mesmos e vivendo como nossos pais...”
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