Mauricio Figueiredo

Educação, recursos humanos e o melhor do et cetera

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Bronquite: “Dorme querido”



O bom da bronquite na infância, que hoje chamam mais de asma, é que a criança aprende a ser esperta ou vira de vez idiota. Acho que optei pela primeira forma (embora possa ter gente que considere a segunda forma mais correta – como neto de anarquista, não estou muito preocupado com isso). Manhã fria e chuvosa de inverno. Você debaixo da coberta. A mãe te sacode para sair da cama. Ir escovar os dentes. Tomar banho morno. Escovar os dentes. Tomar café com leite e pão com manteiga (não existia essa praga insossa chamada margarina). Fazer a matinal correndo, a fim de evitar o banheiro da escola, etc e tal.

E aí? Você se senta na cama. E como um gato a se espreguiçar, busca no fundo dos pulmões aquele chiado milagroso. A mãe pergunta se você está “apiançado”. Você responde com olhar inocente, dizendo que está com dificuldade para respirar. Ela amaldiçoa a chuva lá fora, destampa a latinha do vick vaporub, espalha carinhosamente em seu peito e costas e atende o seu pedido para deixar dar uma cheiradinha. Te cobre dos pés ao pescoço. Te beija na face. Apaga a luz e diz: “Dorme mais um pouquinho. Dorme querido”. E você morre feliz, como se fosse Jesus olhando Maria do alto da cruz.

Nenhum comentário:

Postar um comentário