Isaltina era uma curandeira com poderes paranormais que fez a alegria do noticiário da imprensa nas proximidades dos anos 60, por aí. Minha vó Iracema era cega, acho que do olho direito (não me recordo bem). Sequer tenho uma foto dela. Minha família era meio anarquista. Minha tia Josélia, quando minha avó morreu, pegou o baú de fotos familiar, tacou álcool e fez uma fogueira com todo o material.
Voltemos a Isaltina. A santa milagreira, como diziam alguns jornais – para desgosto dos padres e bispos – estava chegando ao Rio de Janeiro, depois de inúmeros milagres Brasil à fora.
Na faixa dos oito/dez anos, eu queria entrar na bagunça e ao saber que iam levar minha vó para ser curada pela Isaltina, também me escalei para curar minha bronquite.
A família vetou meu nome das prioridades. O que é uma bronquite diante da fatalidade da visão de minha vó, que ficara cega da vista depois de uma cirurgia de deslocamento dos nervos trigêmeos (ou algo parecido – são lembranças da infância)?
Meu tio Jorge e minha mãe levaram minha avó de carro para o Campo de São Cristóvão, transformado no Pátio de Milagres de Isaltina. Contam que o local abrigava quase 20 mil pessoas – seria algo, atualizado para os dias atuais, como um milhão de pessoas no fim de ano de Copacabana.
Isaltina surgiu esplendorosa toda de branco, fazendo sua pregação para a multidão.
Não sei o que ela falou. Minha avó voltou para casa às gargalhadas, junto de meu tio e minha mãe.
Viram paralíticos andando, jogando as muletas para o alto. Cegos recuperando a visão. E minha vó (mulher de muita fé) sendo a única, talvez entre muitos outros, não beneficiada pelos poderes da Isaltina, apenas me disse: nunca mais caio noutra dessa. “Quando Deus não quer, não tem jeito”.
Voltemos a Isaltina. A santa milagreira, como diziam alguns jornais – para desgosto dos padres e bispos – estava chegando ao Rio de Janeiro, depois de inúmeros milagres Brasil à fora.
Na faixa dos oito/dez anos, eu queria entrar na bagunça e ao saber que iam levar minha vó para ser curada pela Isaltina, também me escalei para curar minha bronquite.
A família vetou meu nome das prioridades. O que é uma bronquite diante da fatalidade da visão de minha vó, que ficara cega da vista depois de uma cirurgia de deslocamento dos nervos trigêmeos (ou algo parecido – são lembranças da infância)?
Meu tio Jorge e minha mãe levaram minha avó de carro para o Campo de São Cristóvão, transformado no Pátio de Milagres de Isaltina. Contam que o local abrigava quase 20 mil pessoas – seria algo, atualizado para os dias atuais, como um milhão de pessoas no fim de ano de Copacabana.
Isaltina surgiu esplendorosa toda de branco, fazendo sua pregação para a multidão.
Não sei o que ela falou. Minha avó voltou para casa às gargalhadas, junto de meu tio e minha mãe.
Viram paralíticos andando, jogando as muletas para o alto. Cegos recuperando a visão. E minha vó (mulher de muita fé) sendo a única, talvez entre muitos outros, não beneficiada pelos poderes da Isaltina, apenas me disse: nunca mais caio noutra dessa. “Quando Deus não quer, não tem jeito”.
Oi amigo Maurício!
ResponderExcluirParabéns e sucesso nesse novo espaço!
Abraços,
Marcelo Bebiano
Prezado Maurício
ResponderExcluirMinha tia recebeu um milagre atribuído à Isaltina, a única infromação que sabemos dela é através de seu blog. Você poderia nos mandar mais algum material sobre Isaltina?
Agradecemos dede já a atenção
conceicaofialho@yahoo.com.br