Mauricio Figueiredo

Educação, recursos humanos e o melhor do et cetera

quarta-feira, 25 de março de 2009

A camisola do craque

Não sabia porque estava naquele time. Ou melhor sabia. Tinha padrinho forte. Estava sendo preparado para ser vendido para o exterior. Faria sua independência financeira e de sua família. O empresário estava em dúvida se o vendia para a China, para a Turquia, para o Japão, para os Emirados Árabes, para o Real Madri, para o Barça ou para o Milan. Eram tantas as propostas que precisava analisar com muita cautela. Sua técnica era apurada. Bola na sua frente não parava. Bola pro mato que o jogo é de campeonato. Espanava para onde o nariz apontava. Alguns já viam nele amplas possibilidades de chegar rapidamente à Seleção. Cochichavam que Dunga já estava de olho nele.Um comentarista - comentarista amigo, é claro - dissera que se tratava de um jogador moderno. Não guardava posição. Tanto ia para o ataque como para a defesa, girando por todo o campo, fazendo lembrar o carrossel holandês.O tempo passava e nada acontecia. O que fazer? Com muito menos idade, Edson Arantes já estava na Seleção. Então veio o estalo: no treino da equipe, com o apoio geral dos colegas e com a omissão costumeira do técnico e dirigentes, vestiu uma camisola cor-de-rosa e bailou serelepe pelo gramado. Em pouco tempo ficou famoso: foi assunto de debates nas mesas redondas e quadradas da televisão; alvo de enquetes nas rádios; análise de articulistas nos jornais; alvo deanálise de psicólogos, psiquiatras, religiosos e paranormais. Entrou no you tube e correu mundo .Cinco minutos de fama mundial. O empresário disse que o vários circos famosos estavam interessados. Eram tantas as propostas que precisava analisar com muita cautela.

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