Mauricio Figueiredo

Educação, recursos humanos e o melhor do et cetera

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Áreas de vulnerabilidade

Parceria da Seeduc com o CICV eleva qualidade do ensino

Levantamento da Secretaria de Estado de Educação apontou que o desempenho dos alunos, que estudam em unidades escolares localizadas em áreas de risco, aumentou cerca de 30%, entre os anos de 2010 e 2014. O resultado foi apresentado pela subsecretária de Gestão de Ensino, Patrícia Tinoco, durante a 32ª Conferência do Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, em Genebra.

Desde 2009, a Seeduc, em parceria com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), conta com os programas “Abrindo Espaços Humanitários” e “Comportamento mais Seguro” em 286 unidades escolares da capital do Rio de Janeiro situadas em áreas de maior vulnerabilidade. A meta é que, até 2018, todas as escolas da rede sejam atendidas.

A subsecretária Patrícia Tinoco, que viajou a convite do CICV, explicou que essa melhora significativa é fruto da aplicabilidade desses programas, que, nos últimos quatros anos, geraram um impacto positivo nas competências cognitivas dos estudantes.

“Por meio do Saerjinho – Sistema de Avaliação Bimestral do Processo de Ensino e Aprendizagem nas Escolas - é possível acompanhar a desempenho desses alunos nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática. Concluímos que, ao se sentirem mais seguros, eles desenvolvem o autocontrole e não perdem a concentração durante as aulas”, disse Patrícia.

O programa Abrindo Espaços Humanitários (AEH), implantado em 31 unidades escolares da rede estadual, tem como objetivos promover o diálogo entre alunos e professores sobre os princípios humanitários, além de estimular nos jovens comportamentos que possam reduzir sua exposição a situações de violência dentro e fora da escola.

Já o Comportamento Mais Seguro, presente em 101 unidades, é um componente do AEH, que visa orientar os servidores na elaboração e implementação de Planos de Segurança que possam protegê-los da violência no desenvolvimento de suas atividades laborais e na vida cotidiana. Inicialmente, o trabalho é feito com o corpo docente e depois envolve toda a comunidade escolar.

A iniciativa busca incentivar a reflexão e o debate sobre temas relacionados ao respeito à vida, tolerância, jovens e violência, abertura às diferenças, dignidade humana, ação humanitária e comunicação construtiva no contexto escolar.

O objetivo é que os alunos reflitam sobre os dilemas e as questões inerentes à violência e suas consequências humanitárias. O professor tem o papel de multiplicar esses conceitos por meio de uma metodologia participativa, na qual os alunos adquirem competências cognitivas, sociais e também habilidades para a vida.

Entre os principais resultados apresentados está a mudança comportamental dos estudantes: assiduidade, diminuição da evasão escolar, disciplina, melhor desempenho nas avaliações regulares, maior participação durante as aulas/oficinas, maturidade na exposição de ideias, maior interesse em adquirir novos conhecimentos, entre outros.


Nenhum comentário:

Postar um comentário