Mauricio Figueiredo

Educação, recursos humanos e o melhor do et cetera

domingo, 16 de outubro de 2016

Educação-RJ

De ex-aluno a professor: docentes da Secretaria de Educação relatam a experiência de trabalhar na escola em que estudaram
 
Na rede estadual de ensino há colégios em que mais de 30 servidores atuam em salas de aula

 
Eles começaram a estudar em suas escolas pela primeira vez em diferentes épocas, com sonhos variados e, aos poucos, viram o gosto pelo Magistério amadurecer. O tempo passou, eles deixaram de ser alunos e  decidiram retornar a esses colégios para desempenhar um novo e importante papel: o de professor. 

Essa realidade, que pode ser constatada em diversas unidades da Secretaria de Estado de Educação (Seeduc), é vivenciada no Instituto de Educação Sarah Kubitschek, em Campo Grande, na Zona Oeste, e no Instituto de Educação Governador Roberto Silveira, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, em que boa parte do corpo docente é composta por ex-alunos.  
 
No Instituto de Educação Sarah Kubitschek, 31 servidores – entre professores regentes, diretores e outros profissionais – trabalham onde já foram alunos. A diretora geral da escola, Dayse Cardoso, é uma delas. Professora da Seeduc há 31 anos, ela começou a estudar na unidade em 1979, quando já sonhava com a profissão de educadora.
 
– Voltar à escola, desta vez na condição de gestora, representa a possibilidade de não medir esforços para que outros jovens possam vivenciar uma história de sucesso, assim como vivenciei enquanto estive aqui como aluna e vivencio como profissional. Quero ser exemplo vivo para os meus alunos e sempre dizer: sim, só a Educação transforma as nossas vidas e a sociedade – destacou Dayse, que desempenha a atual função desde 2007.
 
Já a trajetória da professora Jane Souza na unidade teve início aos 11 anos de idade, quando ela começou a cursar a antiga 6ª série do Ensino Fundamental. E foi em 1991 que a docente de Disciplinas Pedagógicas finalmente concretizou o desejo de dar aulas na instituição. Ao relembrar esses momentos, cheios de memórias afetivas da época em que era normalista nesta escola, a docente se emociona.
 
– Não consigo lembrar da minha história desconectada do Sarah Kubitschek. Trabalhar nessa escola sempre foi um sonho, pois me encantava ver o modo como os professores do Curso Normal nos orientavam e nos auxiliavam a construir o nosso saber e o fazer pedagógico – disse Jane. 
 
No Instituto de Educação Governador Roberto Silveira não é diferente. Entre os 21 exemplos de docentes que são ex-alunos da escola está o da professora de História, Maria Aparecida de Martino, que trabalha na instituição há 16 anos.
 
– Fiz o Curso Normal por influência da minha família, mas acabei me identificando com a carreira. Amo dar aula, acredito na educação pública e no seu poder transformação. É muito gratificante estar aqui e ter como colegas de profissão alguns professores que me deram aula – destacou a docente.
 
Assim como as escolas mencionadas, o Colégio Estadual Rotary, em Itaperuna, que já ofereceu Curso Normal no passado, também possui histórias semelhantes. Lá, 13 servidores estudaram na unidade e decidiram seguir a carreira do Magistério. Há 34 anos atuando na rede estadual, a docente Ângela Maria Hipólito fala de sua experiência.
 



– Estudei no Rotary em 1965 e 1966, e trabalho aqui há 32 anos. É gratificante acompanhar o crescimento dos alunos em uma escola em que estudei. Eu realmente me encontrei no Magistério e vejo o professor como uma das profissões mais importantes para a formação do cidadão – disse a Ângela.

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