Mauricio Figueiredo

Educação, recursos humanos e o melhor do et cetera

quinta-feira, 25 de maio de 2017

HOJE




"Eu não queria a juventude assim perdida; eu não queria andar morrendo pela vida..." (Taiguara)
O jovem precisa ter fome de Deus. Mas, como isso é possível quando recebe na boquinha a papinha doce da mamãe e do papai, dos avós e da escola?
Quando recebe a chupeta da sociedade permissiva em forma de drogas lícitas e ilícitas?
Quando é anestesiado em seu senso crítico pelo glamour da pornografia?
Quando aprende dia a dia o desrespeito a ética pelo exemplo dos poderosos?
Como ter fome de Deus, quando vara a noite abraçado no deus moloch dos entretenimentos audiovisuais e dos programas fúteis com suas pegadinhas redutoras de neurônios e imbecilidades mais?
Nos Estados Unidos paga-se um preço caro pelo surgimento da chamada geração do Dr. Spock, pela qual o "ditadorzinho" chamado criança tinha direito a tudo sem nenhum dever de casa para não traumatizá-la, inclusive os da escola.
Criança lavar o prato que comeu, nem pensar. Enxugar a louça, jamais. Arrumar o quarto e guardar os brinquedos aos montes espalhados, nunquinha!, pois "criança não trabalha, criança dá trabalho" e é preciso formar uma elite que desaprecie o trabalho e dê valor à corrupção, as negociatas e a roubalheira.
Em uma pracinha de São Paulo há alguns anos começou a venda de uma droga nova e super barata chamada crack, atraindo uma dúzia de consumidores.
Nada foi feito. A não ser o olhar cúmplice do poder público. Hoje a droga é encontrada até em tribos de índios e entre as fraldas de gestantes.
Esqueçamos Deus (que o poeta catarinense Lindolf Bell apropriadamente disse ser o "poste em que os homens mijam") para não parecermos piegas. Fiquemos somente na fome.
Como o jovem dos 10 aos 60 anos ou mais terá um mínimo de responsabilidade se não sente fome de nada?
O jovem precisa ter fome para preencher o seu vazio existencial, mas o mundo lhe dá um monte de merda para comer. E muitos se deliciam e procuram repetir a dose.
O jovem precisa sentir o fedor que lhe mata o corpo e a alma, o que só é possível através de uma nova consciência, independente do nome que se dê. Inclusive pode até ser Deus, que pediu para não ser chamado em vão. E será sempre chamado em vão enquanto nós os adultos não tivermos vergonha na cara.
(Mauricio Figueiredo, Aprendiz de Lucas)

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