Mauricio Figueiredo

Educação, recursos humanos e o melhor do et cetera

segunda-feira, 21 de junho de 2010

O Iluminado

"Gosto de escrever sobre cinema. Por isso, mantenho um blog sobre o assunto. Todos os meus amigos dizem que ele é excelente, mas gostaria de ter uma opinião que não fosse na base da amizade, pois sinto que se tivesse uma orientação poderia produzir um material melhor. Você poderia me dar algumas sugestões sobre o assunto?" (Maria Alice P. Santos)

Respostas - Maria Alice, o assunto não é minha especialidade. Contudo, posso falar apenas de minha impressão como leitor, com possíveis sugestões para sua avaliação. Li com atenção o seu comentário sobre o filme "O iluminado", de Stanley Kubrick. Em uma primeira avaliação posso dizer que se trata de uma análise bem escrita, com muitas informações sobre o filme, principalmente o roteiro e sobre o próprio livro de Stephen King, que você elogia bastante. Antes disso você também não economiza os elogios ao próprio Kubrick.


Tudo perfeito. Apenas um senão: tudo soa ao que os franceses chamam de dejavu. Ou seja, nada que desperte  maior interesse, sobretudo para quem conhece o filme ou costuma ler comentários críticos sobre eles.

A Associação Brasileira de Críticos de Arte – abca – possui interessante propaganda, na qual enfatiza que “Sem crítica não tem polêmica. Sem polêmica não têm público. Sem público não tem arte.”

Dito isso, me lembro da capa de uma revista de Literatura com o Millôr Fernandes. Em sua entrevista ele desanca com o Machado de Assis. Não poupa nada sobre o consagrado escritor, apontado por muitos críticos como o mais importante escritor brasileiro (um monstro sagrado).

Vemos aí Millôr nadando contra a corrente. Li a entrevista e não concordei com a análise feita pelo entrevistado. No entanto, ela teve o grande mérito de colocar na mesa uma outra forma de pensar. Isso é importante quando se propõe ao exercício da crítica. Ou seja, fugir do lugar comum.

Não significa que para fazermos crítica tenhamos que ser sempre do contra. É preciso, porém, termos em mente a visão e a percepção do menino da história infantil que teve coragem e pôde enxergar que o rei estava nu.

O seu texto é bom, mas não traz nada de novo ao que já se sabe. Ele é didático no sentido de talvez servir de guia para um estudante que não tem costume de ver filmes – a não ser os de grande apelo de bilheteria – ou como um registro do tipo Wikipédia.

Acho o seu blog muito interessante, mas se você se propõe a ir mais fundo na temática, em minha opinião, deverá fazer um exercício para fugir ao lugar comum."

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