Mauricio Figueiredo
Educação, recursos humanos e o melhor do et cetera
quarta-feira, 28 de abril de 2010
Inglês Padrão Universal
Na hora de escolher um curso ou iniciar o aprendizado de uma Língua Estrangeira, o estudante deve verificar muito os métodos utilizados. É preciso ter em mente o objetivo a que se propõe. O Inglês coloquial, por exemplo, pode ser útil para uma rápida viagem ao exterior. Contudo, para quem deseja ingressar no mercado de trabalho, é preciso o aprendizado de um Inglês mais formal. O professor Carlos Couto, especialista no assunto, aborda esse importante tema.
* Professor Carlos Couto
A Língua Inglesa difundiu-se pelo planeta por questões práticas: após a 2ª Guerra Mundial, o mundo precisava ser reconstruído estrutural, cultural, política e financeiramente. De todos os idiomas falados pelos países aliados, vencedores da guerra, e os derrotados (Japão, Itália e Alemanha), o que prevaleceu por sua objetividade e simplicidade foi o Inglês.
Com sua difusão prévia, feita pelos ingleses desde a época dos descobrimentos (século XVI) em vários pontos do planeta (incluindo um dos mais populosos países do mundo, a Índia), consolidou seu domínio, a ponto de hoje haver oito dialetos principais (Britânico, Norte-Americano, Canadense, Caribenho, Australiano-Novo Zelândes, Asiático e Africanos Ocidental e Oriental), cada um possuindo no mínimo mais oito subdialetos.
Há hoje em dia, no mínimo, 3 bilhões de pessoas que falam o Inglês, e a expectativa é que até meados do século XXI, mais da metade da humanidade fale algum dialeto derivado. Apenas na Ásia há neste momento mais crianças aprendendo o Inglês (principalmente na China, que é subdividida por três dialetos do chinês diferentes) do que toda a população dos países de Língua Inglesa “Nativa” (EUA, Reino Unido, Canadá, Austrália e Nova Zelândia). Mais de 70%, de toda a ciência do mundo, só pode ser encontrada em publicações (e na internet) em Inglês.
Todas as negociações de grande escala, como reuniões políticas internacionais, fusões de grandes companhias, importações, exportações e licitações têm seus textos e contratos redigidos e publicados exclusivamente em Inglês. No mercado de trabalho e no mundo acadêmico, o Inglês é o pré-requisito mais importante para a seleção e aprovação de candidatos.
Há hoje em dia, no mínimo,
3 bilhões de pessoas que
falam o Inglês, e a expectativa
é que até meados do século
XXI, mas da metade da humanidade
Fale algum dialeto derivado
Tornou-se necessário que houvesse uma re-padronização da Língua Inglesa, por causa de tamanha diversificação de seu uso, e portanto os especialistas criaram o “Inglês de Padrão Mundial”, que eliminou os regionalismos, incluindo sotaques e expressões idiomáticas, atendo-se exclusivamente ao vocabulário essencial e a uma pronúncia clara; ele se aproxima do Inglês nova-iorquino formal, talvez por Nova Iorque ser a cidade mais cosmopolita do planeta, e portanto a que reúne todas essas influências e estratificações que o Inglês sofreu ao longo da História, gerando uma síntese natural.
Infelizmente, por uma questão meramente financeira, que na cultura atual da humanidade propicia uma série de desonestidades legalizadas, a maioria dos cursos livres de Inglês se aproveita da demanda enorme que existe para, sem o menor compromisso com a realidade, promover um ensino (quando há efetivamente) do Inglês informal, que por ser facilmente identificado em filmes e letras de músicas possui o apelo mercadológico conveniente para atrair os “clientes”, que então, ao tentarem utilizar o que aprenderam (quando conseguem aprender) descobrem serem tratados como pessoas mal-educadas (pela informalidade com a qual tratam a todos em Inglês) ou simplesmente ignorantes.
Será necessária uma revisão ética e acadêmica do ensino do Inglês no Brasil, para que nós brasileiros possamos evoluir de forma real no mundo globalizado, utilizando o veículo fundamental para este objetivo: o Inglês Padrão Mundial.
*Coordenador dos cursos de Língua Estrangeira da UPPE-Sindicato. Tel: (21)9211-0517 - pspprofcarloscouto@yahoo.com.br
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