Juiz vencedor anuncia novo objetivo do Programa de Apadrinhamento
O juiz Sérgio Luiz Ribeiro de Castro, da 4ª Vara da Infância e da Juventude da Capital, anunciou na terça-feira, dia 23, que o Programa de Apadrinhamento, vencedor do Prêmio Innovare de 2015, já está em uma nova fase. A preocupação agora é auxiliar jovens que estejam se aproximando dos 18 anos a se capacitarem para conseguir trabalho.
No Café Com Conhecimento desta terça-feira na Biblioteca do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), o magistrado mostrou preocupação com jovens que têm baixa ou nenhuma escolaridade e se aproximam da maioridade. Aos 18, eles devem procurar um abrigo para maiores.
“Esses jovens precisam se sustentar, mas não têm escolaridade. Por isso o Programa de Apadrinhamento vai se expandir este ano para poder auxiliar quem não teve estudo. Vamos dar um meio de vida a eles. Temos de trabalhar com a realidade”, disse o juiz.
Na conversa informal, o magistrado explicou como é feito o processo de adoção e reintegração de crianças, pontuou as diferenças entre apadrinhar e adotar e contou como foi idealizado o Programa de Apadrinhamento, seu objetivo e como é praticado.
“Hoje deixou de ser um projeto e se transformou num programa do TJ do Rio. A pessoa preenche a cartilha e se inicia um processo com estudos sociais e psicológicos do padrinho para atestar sua participação. A pessoa precisa estar preparada, já que vai ter contato com crianças com traumas de infância. É um trabalho minucioso e criterioso, e que tem dado resultados positivos”, analisou.
O juiz Sérgio Luiz destacou que o Apadrinhamento conta com mais de 60 padrinhos afetivos e já reformou cinco abrigos, mas também apontou algumas dificuldades que o programa tem enfrentado. Entre eles, o magistrado destacou a divulgação e o conhecimento da iniciativa.
“As pessoas ainda não conhecem o programa e essa é uma das dificuldades que enfrentamos. E isso atrapalha no entendimento do serviço que ele presta, pois algumas pessoas nos procuram acreditando que o Apadrinhamento é um caminho curto para a adoção, mas não é. Ainda é preciso que as pessoas saibam o que é o programa e como ele atua”, avaliou o magistrado.
Outro ponto destacado pelo palestrante foi a aderência ao programa por parte da classe A. Segundo o juiz Sérgio, as pessoas que mais têm apadrinhado crianças e jovens são das classes A e B.
Contando casos reais que passam pela 4ª Vara da Infância e da Juventude, o juiz destacou que o retorno tem sido positivo, e as crianças, quando voltam aos abrigos, sentem falta dos padrinhos. Em sua opinião, baseada em estudos e análises, é melhor que a criança possa ter um momento com uma família externa, mesmo que seja por um período breve, do que permanecer sempre no abrigo.
“Imaginem uma criança ou um jovem que não tem ninguém. Nossa experiência mostra que os momentos passados com os padrinhos trazem mais alegrias que frustrações. Perguntamos a uma moça que foi apadrinhada e ela disse que foi maravilhoso. Ela afirmou que aprendeu muito com a madrinha, que sentia falta dela e que mudou como pessoa depois de passar por essa experiência”, contou o palestrante.
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