O senador Cristovam Buarque tem se caracterizado como grande defensor da educação. Trata-se de uma bandeira fundamental para quem sonha com um país em condições de obter crescimento auto sustentável. Mas, ao mesmo tempo, não figura como algo que garanta votos fáceis a um político.
Conta-se mesmo do prefeito que investiu fortemente em educação, construindo boas escolas e remunerando bem os professores da cidade. Nas eleições seguintes perdeu o cargo para adversário que, em gestão anterior, criara fama construindo praças, abrindo novas ruas e avenidas, trazendo artistas de fora para shows e festas constantes.
É praxe se dizer que educação não rende dividendos eleitorais. Justamente, pelo baixo nível educacional da população e também pela pouco padrão cultural dos chamados “letrados”, a educação nunca conseguiu ser de fato uma prioridade dos governantes.
Recentemente, o senador Buarque apresentou proposta para que todas as escolas brasileiras tivessem uma biblioteca, coisa que pareceria óbvia quando se pretende levar a sério o ensino. Agora, ele aparece como autor de proposta de emenda constitucional que inclui entre os direitos sociais dos cidadãos a busca da felicidade.
Cada vez mais, no Brasil cria-se a ideia de que as coisas possam mudar por meio de leis. Nesse particular, nossa Constituição é plena de artigos que se fossem colocados em prática, significariam o próprio Céu na Terra. Mas, no fundo, o papel aceita tudo, até mesmo a felicidade por decreto.
Mas, como assinalava o poeta Vinicius: “A felicidade é como a pluma. Que o vento vai levando pelo ar. Voa tão leve. Mas tem a vida breve. Precisa que haja vento sem parar.”
Em termos de políticos, com suas propostas fantasiosas, continuaremos eternamente seguindo os versos do poeta: “Tristeza não tem fim. Felicidade sim”.
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