De vez em quando surgem doenças em escala mundial, com conotação de um verdadeiro apocalipse. Parece que do dia para a noite a humanidade toda será exterminada. A bola da vez é a gripe suína. É um prato cheio para a mídia. Contudo, é preciso cuidado com um certo oportunismo e sensacionalismo.
Ridículas máscaras começam a ser usadas em todos os cantos, de Paris, a Londres e Tóquio. Logo mais, certamente, aparecerão especialistas revelando que elas são ineficazes contra qualquer espirro. A indústria produzirá rapidamente máscara de silicone. Máscara no melhor estilo camisinha que se amoldarão ao rosto de cada cidadão. A indústria de comésticos lançará máscaras com a face do seu ídolo ou artista preferido. Você poderá sair à rua como se fosse um Brad Pitt ou coisa que o valha ou no caso de muitas mulheres, transformadas em Angeline Jolie.
A gripe suína marca a escalada mundial de pessoas que vivem uma vida de gado. Gente assustada com medo de qualquer espirro. Gente morta com medo de perder a vida. Gente incubada em suas fortalezas – casas-apartamentos – com medo de tudo.
O poeta Luiz Vieira já cantou que “quem anda com Deus não tem medo de assombração”. Quem não tem medo de viver, da mesma forma não se assusta com a doença bola da vez. Ela não é única: morre-se de tuberculose em pleno Rio de Janeiro ou São Paulo; morre-se de fome; morre-se de bala perdida; morre-se de vícios e também de não-vícios; morre-se de medo; e morre-se de tudo, principalmente de indiferença em relação ao próximo.
A verdadeira vida exige coragem. O resto são máscaras que procuram encobrir a realidade.
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