Mauricio Figueiredo
Educação, recursos humanos e o melhor do et cetera
sábado, 11 de novembro de 2017
Reflexões sobre o racismo (à lá o branquelo Sartre)
EM DEFESA DE WILLIAM WACKA,
EU UM NEGRO DE ALMA BRANCA
Apesar de sermos o maior país em número de negros no mundo, só perdendo para a Nigéria, sempre mantivemos um coração generoso com nós negros sabendo respeitar o nosso lugar. De uns tempos para cá, no entanto, os negros, também chamados pejorativamente de pretos, gente de cor e outros epítetos estamos colocando nossas manguinhas para fora (ou seria jabuticabas).
Tudo começou quando a repórter Gloria Maria, que conheci fazendo cobertura de educação, entrando garbosa no gabinete do secretário de educação para ser atendida na frente de todos, a maioria repórteres brancos, como é tradição em nossa imprensa, com os neguinhos sendo empurrados e mantidos na editoria de polícia, deixando injuriados muitos profissionais.
Depois ela criou um maior banzé quando foi barrada em um edifício da zona sul do Rio, quando ousou usar o elevador social e não o de serviço destinado aos empregados domésticos e brancos de alma negra (carteiros, serventes, etc).
William Wacka, no exterior, apenas mostra a face oculta do brasileiro. Somos, realmente, o país mais racista do mundo. Mais graças a Deus aqui, nós negos conhecemos o nosso lugar: nos guetos, favelas, periferia, cu do mundo e ocupando 90 por cento das vagas de nossos presídios-infernos onde de vez em quando cortamos uma ou outra cabeça. Aqui somos generosos em quotas e temos o nosso doce CABRAL, depois de tudo que fez pelo nosso Rio, pagando pelo pão que o Tinhoso amassou.
Está em curso uma revolução negra que precisa ser contida. Já há até pastor negão comandando programa na televisão e fazendo milagres em profusão. Os bailes funks atraem os filhos dos sinhozinhos e sinhazinhas que acabam se envolvendo de forma inconfessável com os neguinhos espertos da periferia.
Se não abrirem o olho as coisas vão degringolar. O cineasta negro Spike Lee depois de se hospedar em hotel de luxo na Zona Sul do Rio, ao chegar aos Estados Unidos ficou abismado quando soube por um amigo que o Brasil era um país de negros. Não foi isso que viu em nossas televisões, quando muito aparecendo um cotista como Lázaro e sua bela esposa de feições finas como a Beyonce. Nego quando muito em comercial do governo falando das maravilhas na mudança do Ensino Médio e coisa do gênero ou então em comercial menos comprometedor. Vendendo carne especial, sabonete, etc, nem pensar... Lázaro Ramos agora aparece vendendo um carrão. Mas, acho que ele também tá virando branco que nem o Ronaldo, o fenômeno.
É preciso ter calma minha gente. Temos que tratar de nosso RACISMO de forma branda. Afinal forma 4 séculos de escravidão, ou seja, quatro dedos de uma mão de cinco. Aqui tivemos a prudência da Lei dos Sexagenários, encostando a negada cansada e improdutiva em um canto da senzala como agora fazemos com esses vagabundos de aposentados. Tivemos a Lei do Ventre Livre para conter os milhares de neguinhos improdutivos que viviam roubando coisas na Casa Grande.
Até na Guerra Mundial tivemos o cuidado de não mandar tanto negros pra não fazermos feio nos campos da Itália.
Aí, em 1958 surgiu um tal Pelé e um papel pardo chamado Garrincha e um Didi. Mas, tudo bem, esporte, música popular, macumba, escola de samba é lugar mesmo de nego. A generosidade do nego abriu cota e as escolas de samba hoje pululam de brancos e até de alas de turistas estrangeiros. O embranquecimento da população brasileira já foi uma POLÍTICA DE ESTADO e a imigração de colonos estrangeiros com generosa doação de terra para os colonos alemães, italianos, espanhóis, japoneses e tantos mais fez parte do processo.
O negro liberto da Escravidão pela generosidade da Princesa Isabé não teve um tostão de indenização e os maus caráter que tinham casa e roupa lavada ainda cobram cotas nas nossas Uerjes e Uerrejotas da vida destinadas aos sinhozinhos brancos, cujos pais já gastam um dinheirão nas escolas particulares.
Um negro nos Estados Unidos, país de maioria branca, ousou buzinar incomodando os olhos do nosso brilhante brasileiro. Ele apenas reagiu como se estivesse em nosso país onde o nego sabe o seu lugar. Uma gravação que agora alegam ter sido feita há um ano, tempo suficiente para qualquer branco se regenerar. (Mauricio Figueiredo, nego de alma branca)
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