O homem, um tradutor, que fugiu do Estado Islâmico revelou alguns pormenores sobre o grupo terroristas, nomeadamente a razão que faz os reféns parecerem tão calmos quando estão prestes a ser executados. "Saleh" explicou que todos pensam que não passa de mais uma simulação, ou seja, pensam que não vão morrer, que não correm qualquer perigo.
"Saleh" explica que os reféns são sujeitos a várias simulações de execuções e têm um falso sentimento de segurança. Por isso, nenhum suspeitava que iria mesmo ser morto. Refere ainda que o líder, conhecido por Jihadi John, disse-lhe o que deveria ser dito aos reféns: "Diz-lhes que não há problema, é só um vídeo, não os vamos matar, queremos que os vossos governos parem de atacar a Síria. Não temos nenhum problema com vocês. Vocês são apenas nossos visitantes."
Para reforçar o sentimento de segurança dos reféns, estes recebem nomes árabes para ficarem calmos e convencidos que estão entre amigos. "Saleh" exemplifica com o jornalista japonês Kenji Goto - morto no final de janeiro-, que era tratado por Abu Saad. "Quando diziam Abu Saad para Goto, ele relaxava."
Quanto a Jihadi John - o seu nome é Mohammed Emwazi, um britânico de 26 anos - "Saleh" confirma que ele é o "big boss" e que é o único a dar ordens. O homem salienta que Jihadi John é temido e respeitado muito possivelmente por estar preparado para matar estrangeiros e "Saleh" admite tê-lo visto matar Kenji Goto, ainda que estivesse "a alguma distância".
"Saleh" confirma ainda que a estrutura de comando do Estado Islâmico em Raqqa - cidade do norte da Síria controlada pelo grupo e considerada a sua capital - é dominada por estrangeiros, cerca de 70%, os restantes são sírios. E alerta que mais estrangeiros estão a dirigir-se para Raqqa.
Foto: Reuters - Execução do japonês Kenji Goto
Nenhum comentário:
Postar um comentário