Crescimento brasileiro
depende de 8 milhões de
profissionais qualificados
Se você fosse um empresário e tivesse uma vaga para preencher, qual o currículo que você selecionaria: o de um jovem com apenas o nível médio ou outro com o nível médio, uma especialização técnica, fluência em uma língua estrangeira e nível básico em uma outra, conhecimentos em várias áreas da informática, curso de primeiro socorros, praticante de esportes, integrado a uma equipe de trabalho voluntário em comunidades carentes, entre outros atributos?
A resposta parece óbvia. Mas, e se dissermos que nem o estudantes altamente qualificado, nem o de nível médio com algum potencial a ser desenvolvido estão disponíveis com facilidade no mercado.
É isso o que está acontecendo com o Brasil. Estudos altamente precisos apontam que necessitamos de 8 milhões de profissionais qualificados para ingressar no mercado de trabalho nos próximos cinco anos, mas que, infelizmente, o sistema educacional e as próprias empresas não estão totalmente preparadas para este desafio. Pelo contrário, a nossa qualidade de ensino é duvidosa em vários níveis e as empresas, também, não possuem quadros suficientes que possam exercer a tarefa de ensinar aos novos profissionais, entre eles, estagiários.
Em muitos setores, a saída tem sido a de absorver mão de obra estrangeira, o que é péssimo para o país, levando-se em conta que muitos desses técnicos, engenheiros e demais especialistas acabam, posteriormente, retornando a seus países ou para outros em busca de oportunidades melhores. Com uma população de mais de 100 milhões de habitantes, haveria condições de o Brasil formar um elevado número de profissionais qualificados. Mas, isso não acontece. A área de petróleo e gás é uma das que, fortemente, tem recorrido a profissionais de fora.
As faculdades e universidades reclamam do nível dos estudantes que recebem pelo vestibular, enquanto os colégios de nível médio culpam a deficiência do ensino fundamental. Este último, por seu turno, joga a culpa nos governantes que não valorizam os professores dos primeiros segmentos e não estimulam as crianças e jovens para um bom aprendizando, dando suporte em diversas áreas desde a psicológica e médica, entre outras.
O chamado apagão da mão de obra é, sem dúvida, um dos grandes desafios para o governo Dilma Rousseff e, por tabela, para estados e municípios. E a saída está nos investimentos em educação e valorização do magistério. Temos cerca de 8 milhões a 10 milhões de desempregados, sendo a maioria de jovens sem um mínimo de habilitação para ingresso no mercado de trabalho. Especialistas afirmam que haveria uma pane no comércio, se de repente, grande parte dos empregados tivessem de fazer cálculos sem o auxílio de uma calculadora. E não se fala em operações complexas, mas sim de apenas o troco de uma pequena compra. Esse é o problema que afeta outros setores, inclusive o futebol. Há casos de atletas que, praticamente, são colocados à margem da instrução do técnico, pela dificuldade de entendimento de uma simples explicação sobre a tática do jogo. Nesse caso, resta ao torcedor rezar para que ele aprenda pela intuição e não fique o tempo todo na "banheira", comprometendo o sucesso da equipe.
Mauricio Figueiredo para www.agenciareporterdigital.com.br
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